MIOLO CENTRAL
Assim designada a porção central do município de Salvador, com cerca de 41 bairros e ocupando cerca de 35% da área total do município. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano para a Cidade de Salvador (PLANDURB) denominou assim esse espaço, limitado pela BR-324 e Avenida Luiz Viana Filho (Av. Paralela), Saramandaia e a zona norte da cidade (FERNANDES, 2004).
Essa zona urbana até meados dos anos de 1940 era considerada rural, com presença de chácaras e plantações de árvores frutíferas. Em 50, a cidade começou a expandir-se nessa direção, gerando uma maior necessidade de mudança na tipologia local. As chácaras foram começando a se desfazer em lotes menores, fato este intensificado com a melhoria dos meios de transporte em 60, conjuntos habitacionais a partir dos anos 70 e maior crescimento demográfico nas décadas seguintes (80 e 90). A Mata Atlântica e as chácaras foram cedendo espaço para os conjuntos habitacionais e habitações de outra natureza, com aglomerações humanas de níveis sócio-econômicos diferenciados. Tais aglomerações foram criando outros bairros como Cajazeiras, Mussurunga, Trobogy, Imbuí, Águas Claras, Dom Avelar, Mata Escura e outros. Nesse processo de ocupação pelos grupos humanos ao longo do século passado, a atenção dos poderes públicos ainda não é satisfatória para suprir alguns bairros mais periféricos com infra-estrutura básica, resultando na suburbanização, isto é, a leva de pessoas de baixo poder aquisitivo para áreas mais distantes.
Então, com a insuficiência do Estado, as comunidades foram buscando sua auto-sustentação, organizando-se em movimentos populares de reivindicação (associação de moradores) e de resistência cultural (grupos de capoeira, dança).
FERNANDES, R. B. PROCESSOS RECENTES DE URBANIZAÇÃO / SEGREGAÇÃO EM SALVADOR: O MIOLO, REGIÃO POPULAR E ESTRATÉGICA DA CIDADE. In: Revista Bibliográfica de Gografía y Ciencias Sociales (Serie documental de Geo Crítica)
Universidad de Barcelona, 2004. |
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