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BAIXA DOS SAPATEIROS

Localizada no centro histórico de Salvador, separando os bairros de Nararé e Saúde do Pelourinho e Santo Antônio, a Baixa dos Sapateiros ficou nacionalmente conhecida através da canção do compositor mineiro Ari Barroso. Em sua época áurea, a Baixinha, como muitos ainda a tratam, ou Avenida J. J. Seabra - o seu nome oficial - fervilhava entre um comércio intenso e três das principais salas de cinema da cidade: Cines Jandaia, Tupy e Pax. Hoje, apesar de diversas promessas de revitalização, o local sofre com a falta de conservação. Limitada pelas estações de ônibus Aquidabã e Barroquinha, a Baixa dos Sapateiros abriga um formigueiro humano e um trânsito intenso que busca, em suas lojas ou no seu único Shopping, mercadorias e serviços diversos. O clima fica tão intenso nos momentos de pico, que só não pega fogo graças ao núcleo do Corpo de Bombeiros que guarda solenemente este local tão querido da cidade.

 

 
Área
CENTRO
 
 
Na Mídia
:: BAIXA DOS SAPATEIROS SERÁ REVITALIZADA
A TARDE, 02.12.2002, Caderno 1, p.4, Suza Machado
:: AVENIDA DOS POBRES ESTARÁ PRONTA EM ABRIL
A TARDE, 16.12.1959, Caderno 1, p.2
:: AVENIDA SECULAR
CORREIO DA BAHIA, 26.07.2005, Aqui Salvador, p.8, Jane Fernandes
 
Atrativos
-IGREJA DE SÃO MIGUEL
Situa-se próxima do Centro Histórico de Salvador, em sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que inclui áreas de sub-distritos da Sé e Passo. Sua vizinhança é constituída por casas e sobrados, em sua maioria do século XIX, hoje degradados e em grande parte transformados em casas de cômodos. A residência anexa à igreja (séc. XVIII), lado esquerdo, integra-se plasticamente à mesma e deve ser preservada.
Edifício de notável mérito arquitetônico, a despeito de suas pequenas dimensões. Fachada de composição clássica com frontão triangular. Belo portal formado por pilastras com caneluras que sustentam frontão em volutas, tendo ao centro nicho com imagem da Virgem. Na parte superior da fachada existe um painel de azulejos policromados, com emblema da Ordem 3ª. de São Francisco, composto no gosto rococó e proveniente de Lisboa (Ca 1780/90). Dentre a imaginária, destacam-se as imagens do Cristo na Cruz e S. Miguel.
Igreja com corredores laterais e superpostas, disposição típica das igrejas da época (início do século XVIII). Estes elementos se incorporam harmoniosamente ao corpo da igreja, tanto em planta quanto em elevação, como atesta a unidade da fachada. Não possui torres sineiras flanqueando o corpo central, que são características das fachadas baianas do mesmo período. Devido à condição topográfica local, o fundo da capela serve de arrimo ao morro vizinho. Sua frontaria, conjuntamente com as da Igreja de São Lázaro, Matriz e Ordem Terceira do Carmo de Cachoeira, são dos mais antigos exemplares baianos de fachada com frontão triangular clássico e janelas terminadas por vergas retas simples. Seu portal parece ter inspirado o da Capela do recolhimento dos perdões.
Histórico arquitetônico: A construção desta igreja, que remonta ao início do século XVIII, se deve a Francisco Gomes do Rego, que a levantou sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Bouças Crucificado da Via Sacra e São Miguel; 1725 - Iniciam-se os exercícios públicos da via Sacra na igreja; 1732 - A data inscrita sobre a fachada indica, sem dúvida, a conclusão da igreja; 1744 - A igreja, juntamente com a casinha anexa, doada pelo fundador à Ordem 3ª. de São Francisco, com o compromisso que esta mandasse rezar anualmente, sete missas votivas; 1842 - Obras compreendendo: ladrilhamento da igreja, colocação de três soleiras de cantaria, encarnação de imagens e execução de alguns castiçais por João Nunes da Mota; 1854 - A Mesa decide retirar a velha imagem do Senhor de Bouças a alí, colocar o Crucificado, pertencente à igreja da Ordem 3ª. de São Francisco. No mesmo ano, decide-se que a imagem deveria retornar, ficando no sepulcro do altar. José Ciríaco Xavier de Menezes encarna a imagem de Cristo e Francisco Pio de Melo pinta o túmulo para receber a imagem do Senhor de Bouças; 1886 - Edifica-se uma muralha para segurança e sustentação dos terrenos em que se acha construída a igreja; 1915 - Em 03.X coloca-se uma placa no interior da igreja, em homenagem à memória de Francisco Gomes do Rêgo.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
 
 
 
Curiosidades
ORIGEM DO NOME
A instalação de uma fábrica de sapatos por imigrantes italianos batizou a Avenida J. J. Seabra de Baixa dos Sapateiros. Situada no Centro Histórico de Salvador, o bairro é via de acesso para os bairros da Saúde, Santo Antônio Além do Carmo, Nazaré e Barbalho.

RUA DAS HORTAS / RUA DA VALA
Nos séculos XVI e XVII, serviu de defesa contra eventuais ataques, sendo mais tarde centro de abastecimento de frutas e legumes, o que lhe valeu o nome de Rua das Hortas. Também foi chamada de Rua da Vala, por abrigar uma grande vala por onde desaguava o Rio das Tripas. Mo final do século XIX, uma drenagem permitiu que a baixa passasse a ser um bairro residencial.

PRIMEIROS TRILHOS DO BONDE
Foi na Baixa que o engenheiro Ramos de Queiroz instalou os primeiros trilhos dos bondes da Linha Circular de Carris da Bahia, para facilitar a vida dos trabalhadores do Cais do Porto no Comércio, que subiam a Balança do Taboão e se dirigiam da Baixa dos Sapateiros ao Bonfim

NA BAIXA DO SAPATEIRO
(Ary Barroso)
Na Baixa do Sapateiro eu encontrei um dia
A morena mais frajola da Bahia
Pedi-lhe um beijo, não deu
Um abraço, sorriu
Pedi-lhe a mão, não quis dar, fugiu

Bahia, terra da felicidade
Morena, eu ando louco de saudade
Meu Senhor do Bonfim
Arranje outra morena igualzinha pra mim

Oh! amor, ai
Amor bobagem que a gente não explica, ai ai
Prova um bocadinho, ô
Fica envenenado, ô
E pro resto da vida é um tal de sofrer
Ôlará, ôlerê

Ô Bahia
Bahia que não me sai do pensamento
Faço o meu lamento, ô
Na desesperança, ô
De encontrar nesse mundo
Um amor que eu perdi na Bahia, vou contar

Ô Bahia
Bahia que não me sai do pensamento...
 
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