:: Avisa Lá Salvador ::
:: Avisa Lá Salvador ::
PRAÇA CASTRO ALVES - SÉ

Entre a Praça Castro Alves e a Praça da Sé existe uma área em forma triangular onde se concentra um grande número de construções e monumentos históricos da cidade do Salvador. Sua riqueza é revelada também através dos acontecimentos que marcaram toda esta região, afinal, durante séculos esta área concentrou boa parte da administração municipal e estadual. Ainda hoje encontramos órgãos administrativos como a Prefeitura de Salvador e a Câmara dos Vereadores. Suas ruas estão repletas de fatos e personagens que construíram a história de Salvador e que, algumas vezes, destruíram parte dessa história em favor da modernidade. Durante muitos anos sendo a área comercial mais chique da cidade, um verdadeiro shopping center com direito a várias salas de cinema, teatro, cafés e lojas diversas, esta região hoje pede socorro. O grito vem da nossa história que precisa ser preservada, a História da Igreja da Sé, do Teatro São João, da Biblioteca Pública, da Sloper, da Mulher de Roxo e tantas outras lembranças que só nos deixaram saudades.

 

 
Área
CENTRO
 
Depoimentos
A IGREJA DA AJUDA
“E a igreja da Ajuda também foi demolida. Repare que a igreja da Ajuda que a senhora se refere que foi demolida, não é a igreja da Ajuda primitiva, não é a igreja da Ajuda da primeira. A primeira igreja da Ajuda estava naquela esquina onde hoje, parece que tem um negócio chamado “Médico dos relógios”, é uma ourivesaria, um negócio de consertar relógios, tem na esquina da Ajuda com a Rua do Tira Chapéu, no fundo da prefeitura. Fez-se a segunda igreja mais para cá, demoliu-se a igreja para fazer a recuperação de todo o centro. Jose Joaquim Seabra, que era o governador do estado, determinou a construção daquela segunda igreja como indenização pela demolição da primeira.“ Cid Teixeira
www.cidteixeira.com.br

A IGREJA DA SÉ E O BAIRRO DE COSME DE FARIAS
"A igreja da Sé, ela foi demolida em 1933. Quando ela foi demolida, grandes protestos, grandes manifestações, mas não adiantou nada, não; botaram a igreja no chão. E, por iniciativa do padre Manoel Barbosa, colocou-se um busto do primeiro bispo Dom Pero Fernandes Sardinha no sitio onde estava o altar-mor da igreja da Sé. Não havia gratuidade na colocação daquele busto ali, não; o sitio estava no local onde a igreja da Sé tinha o seu altar-mor. Quando fizeram essas modificações, agora, que botaram a fonte luminosa ali, botaram Tomé de Souza com ar de treinador de time de vôlei, puseram o bispo aleatoriamente, acharam que aqui está melhor e botaram o bispo. Não perdeu o simbolismo e encomendou-se a Mario Cravo uma cruz fraturada como símbolo do arrependimento tardio por ter-se demolido a igreja da Sé. Quando se demoliu a igreja da Sé, a pedra lavrada, a cantaria talhada, toda ela, toda ela – estou ficando velho, está na hora de eu dizer isso – toda ela foi colocada num terreno de propriedade da Cúria Metropolitana, que se chamava Quinta das Beatas. Pedras de cantaria lavrada, florões de pedra, etc., foi tudo colocado ali. Um dia fizeram uma invasão na Quinta das Beatas, que era um terreno baldio e de marreta quebraram-se as cantarias todas para fazer fundação das casas da invasão, que é hoje o consolidado bairro de Cosme de Farias. Se alguém cavar uma casa em Cosme de Farias, está arriscado a encontrar uma portada de igreja, uma coisa dessas de cantaria talhada aí, na Quinta das Beatas."
Cid Teixeira
www.cidteixeira.com.br

PROTESTOS CONTRA A DEMOLIÇÃO DA IGREJA DA SÉ
“É bom que se diga a verdade, as negociações foram travadas ainda no tempo em que era arcebispo Dom Jerônimo Tomé da Silva, com a morte de Dom Jerônimo, assumiu o arcebispado Dom Augusto Álvaro da Silva que não se rendeu – vamos dizer assim – às manifestações, o que havia, a Faculdade de medicina, a Faculdade de direito, o Instituto Histórico, em resumo, as entidades mais significativas, mais culturais da cidade, protestaram, fizeram abaixo-assinados e manifestos, etc.; não obstante, foi demolida a igreja da Sé.”
Cid Teixeira
www.cidteixeira.com.br

A COMPANHIA LINHA CIRCULAR FINANCIOU A DEMOLIÇÃO DA IGREJA DA SÉ
“A Companhia Linha Circular tinha interesse em modificar o trânsito de seus bondes ali, no centro, porque com a igreja da Sé no meio. Você tem idéia de onde estava a igreja da Sé, a fachada voltada para o mar, onde está a Cruz Caída, o corpo da igreja atravessando tudo aquilo e os quarteirões todos, porque não foi só a igreja que foi derrubada, foi a igreja e todos os quarteirões ao redor. Então, a Companhia Linha Circular, que fez a sua sede ali, onde está hoje a Coelba, aquele prédio foi feito pela Circular para ser sua sede, tinha todo o empenho em derrubar e patrocinou inclusive financeiramente, é verdade. Dizem que a Sé na Misericórdia não cabe é certo, é justo; mas cabe não há discórdia no bolso de Dom Augusto.
Diziam-se uns versinhos assim na época.”
Cid Teixeira
www.cidteixeira.com.br

A CASA DOS SETE CANDEEIROS
“Em 1759, já, portanto, no meio do século XVIII, nós vamos encontrar um grande solar, este sim, com uma densa história, com uma beleza arquitetônica muito grande, que é a Casa dos Sete Candeeiros. A Casa dos Sete Candeeiros foi construída por um homem que deixou lá o seu brasão de armas, aliás, Inácio Aprígio da Fonseca Galvão. Ela começa como casa residencial, com a majestade da Casa dos Sete Candeeiros. É um palácio. Se alguém não conhece a Casa dos Sete Candeeiros está em debito consigo próprio. Ela está mal situada na cidade, mas de tal beleza, beleza arquitetônica que mercê ir até lá. A geração masculina aqui presente, sabe muito bem onde era o Rumba Dancing, fica de fronte do Rumba Dancing, todo mundo sabe onde é, os masculinos da sala, sabem todos. Não há mais Rumba Dancing que as senhoras podem ir lá desacompanhadas sem nenhum problema. Sabe onde é a Caixa Econômica? Rua d’Ajuda, ali dentro. Entre pela Caixa Econômica e vá direto que você bate nos Sete Candeeiros. Essa foi a residência de Inácio Aprígio da Fonseca Galvão, que mandou colocar no alto da viga da porta o seu brasão de armas e, estudando esse brasão de armas, você verifica que é o mesmo brasão usado anos e anos mais tarde pelo marechal Deodoro da Fonseca, o que nós leva a crer que assim como os Góes da Ribeira do Góes são parentes dos atuais Góes; Deodoro da Fonseca tenha que ver com Inácio Aprígio da Fonseca Galvão. Depois foi seminário jesuítico, mas tarde, propriedade da Santa Casa da Misericórdia que alugou a terceiros, inclusive alugou a um homem que tem uma responsabilidade muito grande no nascimento de Rui Barbosa, o conselheiro Albino José Barbosa de Oliveira, que morou ali e entregou uma casinha no fundo, absolutamente desprezível, a um sobrinho que fracassou nos negócios, que era o pai de Rui Barbosa. Rui Barbosa nasce ali, pelas dificuldades financeiras do pai e vai morar numa casa de estábulo, numa casa de fundo de roça, que foi do tio do pai dele, por isso nasce Rui Barbosa ali, no que é hoje a Casa de Rui Barbosa, que todos conhecem. Mais tarde passa a ser residência do desembargador Candido Leão, quando foi arrematada pela Santa Casa da Misericórdia, que passou a alugar, dispondo de cômodos e perdendo a sua, digamos, dignidade senhorial, até que finalmente foi recuperada. A Casa dos Sete Candeeiros teve um trabalho, teve uma importância muito grande na cidade de Salvador porque foi hospedaria. Prá vocês terem uma idéia da majestade da casa, durante o mês de janeiro de 1808, esteve aqui a Corte Portuguesa, Dom João e o pessoal dele todo. Três viscondes foram hospedados na Casa dos Sete Candeeiros que teve alojamento, teve condição, teve equipamentos para hospedar três, Visconde Redondo, Visconde Rezende e Visconde Alegrete. Essa daí, eu faço um apelo, se ninguém foi ainda lá, vá um dia desses, se estiver andando a pé ali, pelo centro da cidade, vá ver a Casa dos Sete Candeeiros que se chama dos Sete Candeeiros exatamente porque quando foi equipada para receber a família real e os seus acompanhantes, ornou a sua parte externa com sete luminárias que foram os sete candeeiros. Eu chamo a atenção dessa história dos sete candeeiros porque uma professora chamada Ruthlands, ela era uma antropóloga, é, está viva ainda, uma antropóloga norte-americana que veio a Bahia e escreveu um livro sobre suas impressões da Bahia. Ouviu um guia de turismo por aí e escreveu que a Casa dos Seven Lampions, se chama Seven Lampions em homenagem a um famoso bandido e seus sete principais asseclas, sete candeeiros, sete lampiões, sete membros da quadrilha de Lampião. É preciso ficar muito atento quando se estuda história para não cair em armadilhas como essa, que bota sete lampiões lá; que diz que morreu um padre na igreja do Unhão, que anda dizendo coisas por aí.” Cid Teixeira
www.cidteixeira.com.br
 
Na Mídia
:: A PRAÇA DO POETA NO TÚNEL DO TEMPO
A TARDE, 05.07.1992
:: “O ADAMASTOR” NÃO ASSISTIRÁ À RUA CHILE COMEMORAR 100 ANOS
A TARDE, 17.02.2002, p.2, José Bomfim
:: EXPOSIÇÃO DE FOTOS MARCA CENTENÁRIO DA RUA CHILE
A TARDE, 28.03.2002, p.2, Nikas Rocha
:: LINDAS ARVORES CONDEMNADAS
A TARDE, 29.07.1939
:: COITADO DO BISPO DE BRONZE
A TARDE, 29.10.1948
:: A PRAÇA É DO POVO COMO O CÉU É DO CONDOR
BAHIA HOJE, 17.02.1996, p.1, Ana Lúcia Barreto
:: QUEM SABE A HISTÓRIA DA MULHER DE ROXO?
CORREIO DA BAHIA, 10.12.1980
:: O PLANO DE REMODELAÇÃO DA SÉ
DIÁRIO DA BAHIA, 13.12.1940
:: UM INCENDIO Á RUA CHILE
DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 12.01.1934
:: HISTORIADOR DEFENDE AMPLIAÇÃO DA PRAÇA
DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 21 e 22.05.1972, Caderno 1, p.2
:: UMA RAINHA PASSEIA PELAS RUAS: A MULHER DE ROXO
DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 29.10.1975, Caderno 1, p.16
:: VAI FECHAR MESMO A CONFEITARIA CHILE
ESTADO DA BAHIA, 15.05.1956
:: NO LARGO DA SÉ
ESTADO DA BAHIA, 28.02.1948
:: CULTURA RECUPERA “ESPAÇO GLAUBER”
JORNAL DA BAHIA, 08.11.1988, Caderno 1
:: PRAÇA MUNICIPAL, NINGUÉM EXPLICA O NOVO MONSTRENGO
JORNAL DA BAHIA, 29 e 30.07.1973, Caderno 1, p.3
:: BELVEDERE CONTINUA SENDO PONTO DE ENCONTRO
TRIBUNA DA BAHIA, 04.09.1987, Cidade
:: A BAHIA ERA ASSIM – PRAÇA TOMÉ DE SOUZA
TRIBUNA DA BAHIA, 11.12.1988, Cidade, p.4
:: ALBERGUE SÓ NÃO FECHA PARA DAMA DE ROXO
TRIBUNA DA BAHIA, 12.06.1988, Caderno 1
:: A CUBANA, PEDAÇO DA HISTÓRIA DE SALVADOR
TRIBUNA DA BAHIA, 14.04.2004, p.6, Cilene Brito
:: BOLERO REVIVE O GLAMOUR DA RUA CHILE
TRIBUNA DA BAHIA, 15.04.2002, p.18
:: PARABÉNS RUA CHILE!
TRIBUNA DA BAHIA, 16.07.2002, p.7, Naira Sodré
:: A ENIGMÁTICA MULHER DE ROXO
TRIBUNA DA BAHIA, 29 e 30.11.2003, p.22
:: DOAÇÃO DEFINITIVA DA IGREJA DA AJUDA À IRMANDADE DO SENHOR DOS PASSOS
A TARDE, 01.05.1961, Caderno
:: A IGREJA DA AJUDA – RECORDAÇÕES DA SUA HISTÓRIA ANTIGA
A TARDE, 15.10.1912
:: O ÓRGÃO DA SÉ PRIMACIAL DO BRASIL
A TARDE, 20.10.1958, Marieta Alves
:: O TESOURO FABULOSO DA SÉ PRIMACIAL DO BRASIL
A TARDE, 29.12.1959, Marieta Alves
:: CONSTRUÇÃO DA IGREJA DA AJUDA SUSCITA NOVOS ESCLARECIMENTOS
A TARDE, 18.03.1967, Caderno 1, p.6
 
Atrativos
RUA CHILE
A pequenina Rua Chile localizada no Centro Histórico de Salvador tem um passado grandioso e um acervo arquitetônico – boa parte destruída pelos maus gestores da cidade – de causar inveja às principais ruas da cidade e do país. Inicia-se, na sua parte baixa, na Praça Castro Alves, reduto do carnaval baiano. Mais adiante encontramos a Praça Municipal, que abriga o suntuoso Palácio Rio Branco, a parte alta do Elevador Lacerda, a sede da Prefeitura de Salvador, além do Prédio da Câmara dos Vereadores. A Rua Chile, neste ponto, muda de nome para Rua da Misericórdia que desemboca na Praça da Sé que dá acesso ao Terreiro de Jesus e ao Pelourinho. Por esse trajeto é impossível não reparar em outros monumentos da nossa arquitetura como o Palace Hotel e a Igreja da Misericórdia. O passado de glória desta rua que já se chamou “Direita dos Mercadores” e “Direita do Palácio” e que foi rebatizada em 1902 na ocasião da visita da Esquadra Chilena à cidade, inclui o status de rua mais chique da cidade, onde as senhoras faziam as suas compras nas lojas mais sofisticadas de Salvador. Entretanto é impossível não fazer referência às personagens que fizeram a história desta rua, principalmente à memorável “Mulher de Roxo”, cuja história se confunde com a própria história da Rua Chile.

PRAÇA CASTRO ALVES
Tradicional reduto do carnaval baiano, cantada por diversos artistas, a Praça Castro Alves homenageia o “Poeta dos Escravos” cuja estátua, colocada no seu centro, data de julho de 1926, sendo a mesma de autoria de Pasquale de Chirico. No alto do pedestal, a imagem marcante do poeta maior da cidade com o braço direito estendido; na sua base, um casal de escravos simbolizam a triste história da escravidão no Brasil. Da murada da praça avista-se todo o esplendor da Baía de Todos os Santos com suas ilhas, além do Elevador Lacerda, do Forte São Marcelo e da Peníssula Itapagipana. Era na Praça Castro Alves que ficava o Teatro São João, incendiado em 1923. A praça está situada na confluência da Rua Chile, Avenida Sete de Setembro e Carlos Gomes. No encontro destas duas últimas encontramos o Edifício Sulacap e do lado oposto à praça o Teatro Gregório de Mattos e o Cinema que tantas vezes mudou de nome (Kursaal, Guarany, Glauber Rocha) e que se prepara para ser transformado num complexo com várias salas de exibição. Na Praça Castro Alves encontramos ainda a antiga sede do jornal A Tarde e o Palácio dos Esportes.

PRAÇA MUNICIPAL
Descrevendo a cidade no ano de 1584, Gabriel Soares a registra como sendo Praça da Feira, acrescentando que naquele local “se faziam corridas de touros”, de onde lhe veio um batismo posterior: “da Parada”. No seu livro “Notícia Geral”, datado de 1759, José Antônio Caldas a descreve como tendo “26.244 pés quadrados na qual está fronteiro o Palácio onde residem os senhores vice-reis, e na parte oposta a Casa da Moeda. No lado direito a casa da Câmara e Cadeia, e no lado esquerdo a Casa da Relação. Esta praça se comunica a toda a cidade por seis ruas”.
Foi também batizada “do Palácio”. Em 1889, com a proclamação da República, tomou o batismo de Praça da Constituição e, algum tempo depois, do Conselho (ali se reuniam os representantes dos diversos setores do governo municipal para tomar deliberações). Passou a chamar-se Praça Rio Branco, por meio da resolução Nº 338, de 24 de maio de 1912. Da Aclamação, da Assembléia e Ramos de Queiroz foram outras das suas muitas denominações e, desde 1949, quando das comemorações do quadricentenário da cidade, é oficialmente a Praça Tomé de Souza. Durante um longo período, nos primeiros tempos da cidade, foi conhecida simplesmente como a “Praça”, por ser a única da cidade, estendendo o seu batismo à descida que partia de um dos seus ângulos, conhecida até hoje como Ladeira da Praça. Atualmente é endereço certo sob o batismo de Praça Municipal, de origem eminentemente popular, e que indica a histórica presença ali dos principais setores do poder executivo do município.
(DÓREA, Luiz Eduardo, Os nomes das ruas contam histórias. Câmara Municipal de Salvador, Salvador, 1999)

PRAÇA DA SÉ
A história da Praça da Sé poderia originar o roteiro de um filme épico, uma superprodução com direito a vilões, heróis, demolições espetaculares e um final trágico. O filme passaria entre os anos de 1912 a 1933, período em que governantes inescrupulosos, arcebispos corruptos e uma empresa americana, a Companhia Linha Circular, se uniram por interesses particulares para por abaixo um dos maiores patrimônios arquitetônicos de Salvador, a Igreja da Sé e dois quarteirões de sobrados históricos. A Companhia Linha Circular que administrava os bondes da cidade tinha interesse na área onde se localizava a igreja para implantar um trajeto econômico para os seus bondes. Para isso, com a ajuda do então Governador J. J. Seabra, dos arcebispos Dom Jerônimo Tomé da Silva e seu sucessor, Dom Augusto Álvaro da Silva e ainda de alguns jornalistas que pregavam o fim ao “pardieiro famoso”, “trambolho arquitetônico”, “aleijão”, “muralha chinesa” ou “bastilha colonial”. Apesar dos protestos da população que condenava tal próposito o poder econômico falou mais alto, sendo governador e arcebisbos sido comprados.
Com a demolição da igreja surgiu em seu lugar a Praça da Sé, com vista para a Baía de Todos os Santos que continua sofrendo as agressões da “faina urbanizadora dos politécnicos demolidores” como denominou o Professor Fernando da Rocha Peres, pois recentemente sofreu outra reforma equivocada.
Na ocasião da demoliçao da igreja, escreveu o poeta Roberto Correia (1876-1937) as seguintes quadras:

“Foi por trezentos dinheiros
Trezentos contos isto é
Que os modernos leiloeiros
Venderam a Velha Sé

A vida sempre foi isto
E há de ser o que hoje é
Por trinta venderam Cristo
E por trezentos a Sé”

Texto produzido a partir de: DÓREA, Luiz Eduardo, Os nomes das ruas contam histórias. Câmara Municipal de Salvador, Salvador, 1999


ELEVADOR LACERDA
O elevador Lacerda, que tem a sua parte alta acessada pela Praça Municipal, é um dos mais importantes e conhecidos cartões postais da cidade. “Foi construído pelo engenheiro Augusto Frederico de Lacerda, sócio do irmão, o comerciante Antônio Francisco de Lacerda, idealizador da Companhia de Transportes Urbanos, utilizando peças de aço importadas da Inglaterra. As obras foram iniciadas em 1869 e, com os dois elevadores hidráulicos funcionando, em dezembro de 1873 ocorreu a inauguração, com o nome de Elevador Hidráulico da Conceição da Praia. Popularmente conhecido como Elevador do Parafuso, posteriormente seria renomeado como Elevador Lacerda (1896). Após a sua inauguração, passou a ser o principal meio de transporte entre as duas partes da cidade. Inicialmente operando com duas cabines, atualmente funciona com quatro modernas cabines eletrificadas que comportavam vinte passageiros cada. Ao longo de sua história passou por quatro grandes reformas e revisões: em julho de 1906 para a sua eletrificação; em 1930 adicionaram-se mais dois elevadores e uma nova torre; no início da década de 1980 houve uma revisão na estrutura de concreto; e em 1997 foi feita a revisão de todo o maquinário elétrico e eletro-eletrônico. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 7 de dezembro de 2006. Do alto de suas torres, descortina-se a vista da Baía de Todos os Santos e do famoso Mercado Modelo.”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Elevador_Lacerda)

CÂMARA DOS VEREADORES
Quando em 1549, Tomé de Sousa veio fundar a Cidade do Salvador, uma das suas primeiras preocupações foi a construção de uma Casa de Câmara. Como nos primeiros meses não houvesse ainda na terra o fabrico do cal, todas as casas então edificadas o foram à maneira indígena e por eles construídas, o que se verifica pelos registros de pagamento, por meio de objetos como foices, anzóis, tesouras, facas, enxadas, espelhos etc. A primeira Casa da Câmara da cidade não fugiu a essa norma. Não passava ela de uma tosca armação de formato redondo feita em madeira, tendo as paredes revestidas com folhas de palmas, tiradas do uricurizeiro, sendo a parte superior coberta com material semelhante, usando-se para isso, preferencialmente, as folhas mais compridas de piaçava, porque, na época, não havia coqueiros no local. (OTT, Carlos - A Casa da Câmara da cidade do Salvador)
Com dois anos e cinco meses incompletos de residência na colônia, Luís Dias informa a el-rei que fizera "cadeia muito boa e bem acabada com casa de audiência e câmara em cima". A Casa de Câmara e Cadeia de pedra-e-barro, rebocada com cal e "telhada com telha".(Barreto, Paulo Thedim. Casas de Câmara e Cadeia.) A reforma foi levada a cabo; em 1888 já se apresentava o Paço Municipal com novo aspecto, em fantasioso estilo que se chamou neo - renanscença, que em nada lembraria o velho Senado da Câmara, escondidas em paredes de tijolos as colunatas do pavimento térreo, desfigurada a clássica torre de onde anteriormente se arrancara o " ginga da cadeia", agigantada figura da ferro forjado, ostentando nas mãos feixes de corda e açoites, símbolos de punição. Também o sino que tantas vezes tocara a rebate conclamando os baianos a cumprirem o patriótico dever de bem defender os interesses coletivos, foi apeado; substituira-o um relógio elétrico de quatro mostradores iluminados, trabalho magnífico de artífices belgas, de moderna quão engenhosa maquinaria.( Ruy, Affonso. História da Câmara Municipal da Cidade do Salvador.) O Paço Municipal sofreu uma grande reforma no final da década de 60, determinada pelo então prefeito Antônio Carlos Magalhães, com o objetivo de resgatar a fachada em estilo colonial português de um dos mais importantes prédios públicos da cidade .( Correio da Bahia - 19 de dezembro de 1998). (http://www.cms.ba.gov.br/memorial/efisica.htm)

PALÁCIO RIO BRANCO
Erguido no início do século XX e inaugurado em 1919, o edifício tem estilo eclético e representa a quarta versão arquitetônica do antigo Paço dos Governadores feito pelo fundador da cidade, Tomé de Souza. Obra do arquiteto italiano Júlio Conti, seu interior contém o Memorial dos Governadores do período republicano (de 1889 aos dias atuais) e muitas obras de arte. A grande cúpula e o belvedere situado na ala com vista para o mar, são referenciais da cidade. No seu interior, merece destaque a escadaria em ferro e cristal e uma escultura representando o fundador da cidade, Tomé de Souza. Centro de vida política da cidade, nele ocorreram fatos de grande importância. Em 1818, a então casa dos governadores hospeda D. João, Príncipe Regente, e a Família Real. Em 1826, D. Pedro I e a Princesa Maria se hospedaram na casa. Em 1859, foi residência provisória de D. Pedro II e sua mulher, a Imperatriz Tereza Cristina. Em 1949, sofreu nova reforma e ampliação em função do crescimento da máquina administrativa. O centro de decisões do Estado da Bahia permaneceu no palácio até o ano de 1979, quando foi transferido para o recém-construído Centro Administrativo da Bahia. Durante os quatro anos seguintes abrigou a Prefeitura de Salvador. Em 1986, após grande restauração, recebe a fundação Pedro Calmon – Centro de Memória da Bahia.

PALÁCIO TOMÉ DE SOUZA
O Palácio Tomé de Souza, sede da Prefeitura Municipal de Salvador, é uma construção moderna que contrasta com os prédios históricos vizinhos. Sua construção foi resultado da demolição de três belíssimos casarões históricos onde funcionavam a Biblioteca Pública e a Imprensa Oficial do Estado, além da Delegacia de Jogos e Costumes. Apesar de todo o arrependimento de cidade pela derrubada da Igreja da Sé em 1933, o poder público novamente mostrou-se insensível, derrubando as construções com o pretexto de ampliação da Praça. Na época, em 1972, críticos do projeto chamavam o Jardim Suspenso resultante das demolições de “Cemitério de Sucupira” e “Jardim do Prefeito”. 14 anos depois era inaugurada a nova sede da Prefeitura, que antes funcionava no Solar Boa Vista, em Brotas. Desde a sua inauguração até os dias de hoje, o prédio vem sendo duramente criticado por ferir o equilíbrio arquitetônico do local. O prédio fica localizado na Praça Municipal, ao lado do Elevador Lacerda.

IGREJA DA MISERICÓRDIA
O Edifício Sede da Santa Casa de Misericórdia, que juntamente com a Igreja da Misericórdia forma um dos mais belos conjuntos arquitetônicos do Centro Histórico de Salvador, começou a ser construído no século XVII, por volta de 1654, e foi concluído em 1697. O conjunto e seu acervo constituem-se num importante modelo de produção de arte baiana, resultado da aplicação de elementos culturais e artísticos europeus com a interferência de dados regionais. O Edifício-Sede abriga agora o Museu da Misericórdia, no espaço que foi restaurado para a conservação e exposição do seu riquíssimo acervo composto por cerca de 1800 obras, entre pinturas, prataria, entalhes, mobiliário, azulejaria, imaginária, alfaias e documentos raros, acumulados ao longo de mais de 450 anos de história. A Santa Casa possui ainda uma das maiores coleções de retratos do Brasil, com destaque para as sete telas do baiano José Joaquim da Rocha (séc. XVIII) e de José Álvares Correia (séc. XVII). As telas retratam provedores e benfeitores da Santa Casa, constituindo-se também em peças de elevado valor histórico.
A recém-inaugurada Ala Ritual do Museu da Misericórdia corresponde à segunda etapa do Projeto Portal da Misericórdia, e ocupa um espaço de pouco menos da metade do conjunto da Santa Casa. É composta por aposentos e peças relacionados aos rituais da Irmandade. Estruturada em torno do claustro, compreende a antiga botica, transformada hoje na grande recepção do museu, e a sacristia da Igreja da Misericórdia, onde encontram-se o extenso arcaz de jacarandá e o lavabo de mármore, inteiramente restaurados. A visita prossegue em direção à loggia, ornada entre 1704 e 1706 por incrustações de mármore colorido pelo português Gabriel Soares, e que proporciona uma visão magnífica da baía de Todos os Santos, emoldurada pelos seus arcos. A partir da balaustrada sobre a baía se ingressa na galeria de retratos das personalidades baianas, ex-provedores, irmãos e benfeitores da Misericórdia. Por fim, o visitante chega ao salão nobre, o mais importante e requintado espaço do conjunto, cujo teto encontrava-se em risco de desabar antes da reforma.
(http://www.santacasaba.org.br/museu_misericordia.php)

IGREJA DA AJUDA
A Igreja de Nossa Senhora da Ajuda é uma pequena pérola incrustada próxima à entrada do Pelourinho, no meio de um cortado de ruas e edifícios comerciais do centro de Salvador. A igreja primitiva de 1549, foi erguida pelo Padre Manoel da Nóbrega e outros jesuítas que vieram evangelizar o Novo Mundo. Quando da chegada do primeiro Bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, em 1552, este transformou a igrejinha da Ajuda, feita de taipa e coberta de palha, na primeira Sé do país, a “Sé de Palha”. Em 1579, o próprio Bispo Sardinha remodelou a primitiva igreja em pedra e cal. Esta segunda igreja foi demolida em 1912 e o prédio atual foi cortado ao meio para a passagem da rua que lhe dá acesso. Se o valor histórico do atual prédio da igreja, em estilo romaico bizantino, dificulta o seu tombamento como patrimônio histórico, o valor simbólico da Igreja da Ajuda para a história de Salvador é inestimável. Seu interior guarda relíquias como a imagem do altar principal, de Nossa Senhora da Ajuda, que teria sido trazida de Portugal pela esquadra de Thomé de Souza em 1549. Na parede esquerda da igreja encontra-se o púlpito onde o Padre Vieira proferiu seus memoráveis sermões. Duas belas imagens de Senhor dos Passos são outras das “jóias” da Ajuda. Uma encontra-se na sacristia e é belíssima, mostrando um Cristo sofrido, com grande expressividade facial, obra do escultor Félix Pereira Guimarães. A outra, mais antiga, provavelmente de origem portuguesa e feita em carvalho, é ainda mais dramática e está na única capela lateral da igreja. Em frente à igreja encontra-se um busto em homenagem ao fundador da Ajuda, Padre Manoel da Nóbrega.
(Igrejas históricas de Salvador. – Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 2006.)

-IGREJA DE NOSSA SENHORA DA BARROQUINHA
Situa-se a igreja no Centro de Salvador, em uma depressão ou barroca, daí o nome, onde tem início a Baixa dos Sapateiros. Está envolvida por prédios do período de transição entre o século XIX e XX. Algumas construções novas na sua vizinhança prejudicam sua escala.
Edifício de notável mérito arquitetônico, embora sua fachada principal e o interior sejam pesados e pobres. O edifício, além do andar térreo, possui um pavimento superior constituído pelo coro e tribunas. Os azulejos, tipo "tapete" policromo, existentes nas torres, são do século XVII, retirados de outra decoração e aproveitados como revestimento impermeabilizador das mesmas. Dentre as imagens, destaca-se a de N. S. da Piedade, do século XVIII, de autor desconhecido. Na abóbada da capela-mor existe medalhão carente de restauração.
Sua planta, que se inscreve em um retângulo perfeito, com corredores laterais e tribunas superpostas, é típica das igrejas matrizes e de irmandade do começo do século XVIII na Bahia. Não obstante, a igreja apresenta alguns elementos arcaicos, como as duas capelas simétricas próximas ao arco cruzeiro, resíduo do falso transepto das igrejas jesuíticas luso-brasileiras (Espírito Santo de Évora, Igr. do Colégio de Jesus da Bahia etc...) e abóbadas de berço em tijolo na nave e capela-mor, cujos empuxos são responsáveis pelo aspecto pesado da igreja. A fachada, com duas torres terminadas em pirâmides, tendo sido iniciada quando a igreja de São Francisco estava sendo terminada, sofreu influência de seu frontispício, especialmente no frontão. Seus altares são de transição entre o rococó e o neo-clássico. O altar-mor apresenta a mesma estrutura de composição do da igreja da Graça.
Histórico arquitetônico: 1722 - As terras para construção da igreja são doadas, conforme escritura, por Manoel Ribeiro Leitão e sua mulher; 1722 - Uma provisão do Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide autoriza a construção de uma capela para a Confraria de N. S. da Barroquinha. A construção se faz rapidamente; 1726 - A igreja já se achava construída, tendo sido edificada com a ajuda dos cidadãos desta cidade, dentre os quais o Governador Vasco Fernandes César Menezes; 1764 - A irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios, com sede na igreja N. S. do Rosário das Portas do Carmo, pediu para transferir a imagem de sua devoção para esta igreja, sendo atendida. A devoção do Senhor dos Martírios se expandiu, enquanto que a irmandade de N. S. da Barroquinha se extinguia; 1812 - Uma vistoria feita a pedido da Confraria do Senhor Bom Jesus dos Martírios, concluiu que há possibilidade de erigir um consistório no alinhamento da fachada. Nesta ocasião, o frontispício é modificado com a introdução das janelas em arco pleno no coro; 1859 - Corre-se uma loteria em favor das obras da capela de N. S. da Barroquinha. Em novembro de 2003 foram iniciadas obras de recuperação da Igreja.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

CASA DOS SETE CANDEEIROS
A Casa dos Sete Candeeiros tombada como monumento nacional, está edificada de frente para a Rua de São Francisco n. 38, antiga Pão de Lot, e o lado para a Rua Juliano Moreira. É um edifício de linhas sóbrias, tipicamente colonial, com portadas, molduras das janelas, pilastras e cornijas de pedra, pesadas grades de ferro, pêras. Ao alto do portal um brasão nobre. Amplo vestíbulo, tendo pendurada ao forro cadeira de arruar; as salas e demais acomodações conservam a feitura da época. Pelas janelas, bancos para conversa. Até 1988, lá funcionava a sede do IPHAN. O nome do vetusto solar proviera do fato de, outrora, possuir o edifício sete candeeiros de azeite para a sua iluminação.
Adaptado de: (TORRES, Carlos. Bahia – Cidade Feitiço, Imprensa Oficial da Bahia, Salvador, 1965).

FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATTOS – ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL

A Fundação Gregório de Mattos foi criada em 1986 (Lei nº 3.601/86) sob a forma de fundação, dotada de autonomia administrativa e financeira, patrimônio próprio, vinculada à Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
A Gerência de Promoção Cultural – Geproc tem por finalidade dirigir, coordenar, administrar e supervisionar a utilização dos equipamentos de cultura, assegurando sua preservação e efetuando a difusão de suas atividades. Cabe à Geproc administrar, preservar e executar o planejamento de atividades do Museu da Cidade e Casa do Benin (equipamentos da FGM), bem como os projetos Cinema na Praça, Estação Cultura, Mestres Populares da Cultura, Orquestra Sinfônica da Juventude, além de grandes eventos cívicos como o 2 de Julho e o 7 de Setembro. É função da Geproc ainda avaliar e apoiar projetos diversos das comunidades da cidade, em comum acordo com a gerência da presidência da FGM. A Geproc conta com três sub-gerências, a saber: Sub-Gerência de Eventos Especiais e Projetos, Sub-Gerência de Museus e Sub-Gerência do Espaço Cultural da Barroquinha.
O núcleo documental que deu origem ao Arquivo Histórico Municipal de Salvador é a documentação acumulada pelo antigo Senado da Câmera, na era Colonial, e da Câmara Municipal (desde 1624), nos regimes Imperial e Republicano, cujo conjunto representa a memória político-administrativa da cidade, mostrando sua evolução urbana, social, cultural, entre outros. Este acervo é reconhecidamente de valor probatório e histórico-cultural, além de constituir-se em registro de memória local e testemunho da cidade.
Em 22 de junho de 1915, foi apresentado em reunião do Conselho Municipal o projeto de Lei nº 44, propondo a criação do Arquivo Municipal como instituição destinada a guardar e preservar o acervo histórico da cidade. Mas, foi somente em 23 de novembro de 1931, que foi criado o Arquivo Geral da Prefeitura através do Ato nº 112, sendo inaugurado em 10 de abril de 1932.

PALACE HOTEL
O Palace Hotel, um prédio suntuoso, obra arquitetônica da década de 30, era sinônimo de luxo. Lá jogava-se de tudo e podia-se encontrar, displicentemente instaladas, figuras das mais famosas, como Orlando Silva, Moreira da Silva, Carlos Galhardo, Fernando Borel e internacionais como Luz Del Fuego, Orson Wells, dentre outras personalidades. Mas nem tudo foi alegria no Palace Hotel. Conta-se que uma noiva teria se atirado de uma das janelas na noite de núpcias, ainda usando o vestido de noiva. O Palace também foi palco de uma tragédia envolvendo um estudante soteropolitano de família abastada. Na sala onde hoje está a direção do hotel funcionava uma casa de chá, o estudante Elmo saiu cambaleando dela e veio para o salão da frente, onde foi novamente baleado, como num filme de cinema antigo.
Adaptado de: (Uma rua chamada Glamour, Bahia Hoje, 14.07.1994, Isabela Reis.)

MONUMENTO AO PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Padre Vieira, como era conhecido, nasceu a 6 de fevereiro de 1608, em Portugal. Mudou-se para Salvador em 1614. Estudou no Colégio dos Jesuítas e ordenou-se padre em 1634. Famoso por seus sermões, com uma coragem rara à época, fez do púlpito sua tribuna, defendendo a liberdade religiosa e negava-se a viver das graças das cortes. Morreu em julho de 1697. Em 2001, o Padre Vieira é homenageado pela Prefeitura Municipal de Salvador, que lhe ergue um busto em bronze, com pedestal em granito e gradil de proteção de autoria do artista plástico Herbert Vianna de Magalhães, em praça pública, em área de 1200 m2 situada entre a Rua do Tesouro e o Largo da Ajuda, a qual passa a ter oficialmente o seu nome.

MONUMENTO A DODÔ E OSMAR
Situado na Praça Castro Alves, no local onde funcionava o Restaurante Cacique, hoje o Bar Cacique, o monumento caracteriza-se por ser geminado, representando os inventores do trio elétrico do carnaval da Bahia. O busto de bronze tem 0,90m de altura, 1,00m de largura e 0,45m de comprimento, sendo de autoria do escultor Herbert Vianna de Magalhães. Foi implantado em fevereiro de 1998, estando num pedestal em granito Santa Luz, com placa alusiva em bronze.

MONUMENTO AO PADRE MANUEL DA NÓBREGA
Busto em bronze, de autoria do artista plástico italiano Pasquale de Chirico, erigido em 1914 no Terreiro de Jesus, em frente à Catedral Basílica, assentado sobre pedestal em granito. Em setembro de 1999, este monumento foi desmontado, fez-se a limpeza e restauração do bronze e do granito, sendo relocado para local em frente ao adro da Igreja de N. Sra. da Ajuda, em comemoração aos 460 anos de criação da Companhia de Jesus e dos 450 anos da presença dos Jesuítas na Bahia.

MARCO DO 4º CENTENÁRIO
Este monumento foi inaugurado em 1949, durante comemorações dos 400 anos de fundação da Cidade de Salvador, no Belvedere da Sé, onde se situava outrora o adro da suntuosa Igreja da Sé. Construído em cantaria de arenito lavrado, tendo como base (3,0X1,0)m e altura de 6,5m, e uma escultura em alto relevo do Brasão de Armas da Cidade do Salvador, com a pomba com o ramo de oliveira no bico, além das datas de registro. Foi retirado do seu local de origem devido às obras de recuperação da Praça da Sé, durante as comemorações dos 450 anos da Cidade do Salvador. Foi restaurado e relocado para a Praça das Vassouras, ao lado da Igreja de N. Sra. da Ajuda, em 29 de março de 2000.

ESCULTURA DA CRUZ CAÍDA
Escultura em aço inox que homenageia o desaparecimento da antiga Sé Primacial do Brasil contém de alguma forma, como obra contemporânea, referências plásticas à grandeza e a monumentalidade arquitetônica e escultórica, inspiradas no simbolismo da cruz das suas imensas portas almofadadas. Feita pelo artista plástico Mário Cravo em aço inox, a Cruz Caída está localizada no Belvedere da Sé, ao lado do Paço Arquiepiscopal.

BUSTO DE DOM PERO FERNANDES SARDINHA
O monumento localizado na Praça da Sé é composto de pedestal de granito apicoado, com barras lisas nas extremidades. O pedestal é composto de vários blocos de pedra, perfeitamente encaixados. A base inferior é oitavada. Sobre a parte superior do pedestal encontra-se o busto de D. Pedro Fernandes Sardinha, que se apresenta de frente, porte ereto, vestindo trajes episcopais. Sobre a cabeça, a mitra. A mão direita está levantada, num gesto de oferecer a bênção, enquanto a outra descansa sobre a base. As vestes apresentam-se com caimento natural espraiando-se sobre o pedestal pelos quatro lados, em pregas volumosas. A parte mediana do pedestal é também ornada com barra de bronze trabalhada em relevo. Na parte frontal do monumento, encontra-se a seguinte inscrição, em letras do tipo manuscrito: "D. Pedro Fernandes Sardinha 1° Bispo do Brasil 1556". Na parte posterior do monumento, placa de bronze com a seguinte inscrição: "O Governo Municipal, pela passagem do IV Centenário da Instalação do 1° Bispado no Brasil, Reverência à Memória de D. Pedro Fernandes Sardinha. 29. VI.I952". Em 1999, este monumento foi restaurado e relocado para outro espaço na mesma praça.
(http://www.cultura.salvador.ba.gov.br/sitios-bus-dpedrofernandes.php)

ESTÁTUA DE TOMÉ DE SOUZA
A estátua de Thomé de Souza é uma cópia baseada na escultura feita por Pasquale de Chirico que se encontra na escadaria principal do Palácio Rio Branco. Monumento composto de estátua em bronze, assentada sobre pedestal quadrangular em tronco de pirâmide de concreto armado com revestimento em granito cinza andorinha polido, acabamento em bico de andorinha. Possui 4 placas de bronze de 0,50m x 0,70m, com as seguintes inscrições: 1. “Monumento a Thomé de Souza - Fundador da Cidade - Fidalgo Português, Natural de São Pedro de Rates, foi Nomeado por EI-Rey D. João III, Primeiro “Governador e Capitão-Geral do Estado do Brasil”. Desembarcou no Porto da Barra em 29 de Março de 1549, Fundou a Cidade do Salvador, exercendo suas Funções até o ano de 1553. Inaugurado nas Comemorações dos 450 Anos da Cidade do Salvador, Salvador, 29 de Março de 1999”. 2. "Planta da Cidade do Salvador" (traçado primitivo da cidade). 3. "Homenagem da Cidade do Salvador a Luís Dias - Mestre das Obras - Nomeado por EI-Rei D.João III, foi Responsável pela Execução do Traçado da Cidade do Salvador e Construção de seus Primeiros Edifícios, na Gestão do Governador e Capitão-Geral Thomé de Souza. Salvador, 29 de Março de 1999”.
4. "Homenagem da Cidade do Salvador a D. João III - Rei de Portugal - Nomeou Thomé de Souza “Governador e Capitão-Geral do Estado do Brasil” e o Ordenou “Fazer uma Fortaleza e Povoação Grande e Forte” nas Terras da Baía de Todos os Santos, Denominando-a, em Seguida, Cidade do Salvador. Salvador, 29 de Março de 1999." Este monumento foi relocado da Praça da Sé para a Praça Thomé de Souza em 08 de Julho de 2005, pelo então prefeito João Henrique de Barradas Carneiro.
(http://www.cultura.salvador.ba.gov.br/sitios-est-thomedesouza.php)

PAINEL DE CARIBÉ
Hector Julio Páride Bernabé ou Carybe, foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceremista, escultor, muralista, pesquisador e jornalista argentino naturalizado e radicado no Brasil. Era oba de Xangô, posto honorifico do Candomblé. Uma parte da obra de Carybé encontra-se no Museu Afro-Brasileiro em Salvador. São 27 painéis representando os Orixás do Candomblé da Bahia. Cada prancha apresenta um orixá com suas armas e animal litúrgico. Está localizado na fachada do Edifício Desembargador Bráulio Xavier, na Rua Chile.
(http://www.cultura.salvador.ba.gov.br/sitios-marpan-caribedaruachile.php)

A CUBANA
Tradicional sorveteria do centro da cidade, instalada na parte alta do Elevador Lacerda desde a década de 30, oferece a chance de degustar um bom sorvete apreciando a vista da Baía de Todos os Santos. São vários sabores de sorvetes de frutas, além de sucos preparados com o próprio sorvete escolhido. Uma exclusividade da casa é o “coco espumante” que pode ser acompanhado de um tradicional “bolinho da Cubana”.
(Guia do Ócio 2007. Companhia de Comunicação, Salvador, 2007)
 
Mulher de Roxo de rainha
Mulher de Roxo na Sloper
Mulher de Roxo
Praça Castro Alves e o Zepelim
Praça Municipal
Rua Chile e os bondes
 
 
Curiosidades
TEATRO SÃO JOÃO – PALÁCIO DOS ESPORTES
O Teatro São João localizou-se no largo que, em1881 recebeu o nome de Praça Castro Alves, inaugurado em 13 de maio de 1812, por D. Marcos Noronha, Conde dos arcos. Era de propriedade do Governo do Estado. Ali estiveram Castro Alves, Eugênia Câmara, Xisto Bahia, Ruy Barbosa, José do Patrocínio, Carlos Gomes, as mais importantes companhias líricas e dramáticas que chegaram à cidade do Salvador...
...Na noite de 06 de junho de 1923, chovia copiosamente, quando labaredas de um tenebroso sinistro foram avistadas no interior do teatro. O madeirame seco e as velhas cortinas ajudaram na propagação do fogo. O teatro ardia em chamas. Era chegado o seu derradeiro fim. Uma cena triste. Velhas fotografias são testemunhas de que os escombros permaneceram no local até quando o governador Juracy Magalhães construiu a Secretaria de Agricultura. Hoje, no local, funciona o Palácio dos Esportes.
(LEAL, Geraldo da Costa e Luis Leal Filho – Um cinema chamado Saudade. Salvador: Gráfica Santa Helena, 1997)

PRIMEIRA ESCADA ROLANTE DA CIDADE – DUAS AMÉRICAS
As Duas América foi uma dessas lojas que deixaram fortes lembranças para os seus freqüentadores. Local de ponto de encontro das pessoas de bom gosto da época, que se reuniam para tomar um chá ou conhecer as novidades da moda, a loja provocou um grande frisson na cidade quando, em 1958, inaugurou as primeiras escadas rolantes de Salvador.

LOJAS DA RUA CHILE

Vários estabelecimentos comerciais fizeram história na Rua Chile num período em que toda a badalação da cidade lá se concentrava. Sloper, Duas Américas, O Adamastor, Chapelaria Mercury, Casa Clark, Confeitaria Chile, dentre outras, atraíam um público fiel formado por jornalistas, artistas, políticos e pessoas da alta sociedade que buscavam as últimas novidades da moda ou um local agradável para tomar um café e conversar. De todas essas lojas a Sloper foi a que ficou mais famosa; era também a loja preferida da “Mulher de Roxo”.
 
Personagens
A MULHER DE ROXO
Dona Florinda Grandwzester era uma das personalidades mais conhecidas do povo baiano e visitantes. Seu nome está vinculado ao folclore e à cultura popular, e sua figura ilustrou folhetos e cartazes de festas tradicionais como o carnaval. Trata-se da denominada “Mulher de Roxo” que por muitos anos marcou presença nas avenidas do centro, principalmente entre a Rua Chile e o Terreiro de Jesus. Trajando uma espécie de hábito roxo e portando um enorme crucifixo no pescoço, ela começou a ser esquecida, exatamente, quando a doença prostou-a na sarjeta e os pés ulcerados começavam a apodrecer. Recolhida e internada na unidade médico-social de Irmã Dulce, recebeu tratamento necessário e restabelecida conviveu com as demais internas sem perder o bom humor e a personalidade que sempre a caracterizaram. Sempre misteriosa quanto a seu passado, dizia ter nascido em 1935 e ter sido professora em Periperi. Faleceu em 05/04/1997.
(SILVA, Cecília Luz da, A cidade do Salvador nos seus 454 anos, Editora da Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2005)

MULHER DE ROXO
(Alex Simões - 1993)

Não me espanta a solidão da vida
nem me amedronta o tédio do normal,
pois sei da angústia que te faz igual
a mim, da bofetada enfurecida

que levamos na trilha mal seguida
e tão marcada pela mão do Mal
que nos fizemos, por não sermos tal
como devíamos: de fronte erguida

e peito aberto, irmãos e confiantes.
No entanto somos desiguais, distantes
de nossos corações que nem sentimos.

Por isso o tapa que a vida me deu
e a dor que todos nós nos repartimos
devolvo em dobro no semblante teu.
:: Avisa Lá Salvador ::