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SANTO ANTÔNIO

O Santo Antonio Além do Carmo é um dos bairros mais antigos de Salvador, seu primeiro registro remonta ao século XVII. Limitado pelos bairros do Barbalho e Carmo, ele inicia na Cruz do Pascoal e vai até o largo de Santo Antonio Além do Carmo, oficialmente chamado de Largo do Barão do Triunfo. O termo Além do Carmo refere-se às portas da cidade do Salvador que, no primeiro século de habitação, tinha uma entrada no Convento do Carmo. Seu principal templo, a Igreja de Santo Antônio Além do Carmo, foi reconstruído em 1813 onde antes havia um templo primitivo. Próximo dali, encontramos o Plano Inclinado do Pilar que liga o bairro à Cidade Baixa. Do seu alto é possível admirar todo o esplendor da Baía de Todos os Santos, principalmente nos seus casarões e sobrados que vem sendo, ultimamente, transformados em hotéis e pousadas, para alegria dos turistas que desfrutam de toda a sua tranqüilidade no coração do Centro Histórico.

 

 
Área
CENTRO
 
 
Na Mídia
:: CHARME E HISTÓRIA NO CENTRO DE SALVADOR
TRIBUNA DA BAHIA, 06 e 07.04.2002, p.9, Paloma Jacobina
:: SANTO ANTÔNIO, UM BAIRRO QUE VALORIZA A TRADIÇÃO
A TARDE, 09.05.1994, p.5
:: HÁ NO SÍTIO HISTÓRICO UM BAIRRO DE TRADIÇÕES
CORREIO DA BAHIA, 12.06.87, Cad. 1, p. 20
:: SANTO ANTÔNIO ALÉM DO CARMO
JORNAL DA BAHIA, 14 e 15.06.1970, Cad. 3, p. 5, Matilde Matos
:: SANTO ANTÔNIO ALÉM DO CARMO ABRIGA TRÊS SÉCULOS DE HISTÓRIA E TRADIÇÃO
A TARDE, 16.09.1966, Cad. 2,
:: PROCISSÃO REÚNE MILHARES DE FIÉIS NO SANTO ANTÔNIO
CORREIO DA BAHIA, 17.07.2004, Aqui Salvador, p.
:: A IGREJA DE N. S. DA CONCEIÇÃO DO BOQUEIRÃO E SUAS OBRAS DE TALHA
A TARDE, 12.10.1959, Marieta Alve
:: UMA IGREJA DIFFERENTE DAS OUTRAS
A TARDE, 20.12.1940
:: HISTÓRIA E FUTURO DA VELHA IGREJA QUE FOI CENÁRIO DE FILME PREMIADO
A TARDE, 25.11.1965, Caderno 1,
:: É O MAIS CÉLEBRE DOS TEMPLOS BAHIANOS
A TARDE, 30.12.1940
 
Atrativos
-IGREJA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO CARMO
O Convento do Carmo foi construído fora dos muros da cidade, em uma colina conhecida como Monte Calvário, situada ao norte da cidade, e de grande importância para a sua defesa. O casario que hoje o envolve é de pequeno porte, e, na sua maioria, do século XIX. O monumento integra o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), compreendendo áreas dos sub-distritos da Sé e do Passo.
Conjunto de elevado valor monumental, compreendendo Convento, Igreja e Ordem Terceira. O convento possui dois claustros. O maior, de forma retangular, é hoje utilizado como pousada e o menor, de forma quadrada, como museu de arte sacra, mantida pela Ordem. O acervo do museu é constituído por peças de mobiliário, imaginária e alfaias. Dentre as peças de imaginária, destaca-se o "Cristo atado à coluna", em madeira, do final do século XVIII, de autoria de Francisco de Xavier Chagas - o Cabra. O altar-mor apresenta frontal em prata do séc. XVIII. Possui azulejos de Lisboa (Ca 1720-30) na capela do noviciado; e na portaria, do tipo "grinalda", sobre fundo marmoreado de estilo neo-clássico (de Ca 1800). Em algumas celas existem arranjos modernos com azulejos do século XVIII, transportados de outros locais. Na sacristia existe lavatório em mármore decorado com carrancas, estípites, anjos e delfins. A pintura do forro da Capela do Salvador é de autoria de José Joaquim da Rocha (1788).
Convento desenvolvido em torno de dois claustros, partido adotado também no Convento do Desterro, a igreja, embora Carmelita, apresenta uma planta típica das igrejas jesuítas luso-brasileiras, do tipo das igrejas do Espírito Santo de Évora e Colégio da Bahia, isto é, nave única, capelas inter-comunicantes e transepto de altura inferior ao nascimento da abóbada da nave. Sobre as capelas existem tribunas, sendo as do lado sul ligadas por uma galeria envidraçada, elemento também existente nas igrejas das Ordens 3ªs. do próprio Carmo e de S. Francisco, e que se tornou frequente na arquitetura civil do final do período colonial, como o Solar Marback e Engenho Vitória (Cachoeira). A torre tem terminação inspirada nas coberturas à Mansard, também observada nas Igrejas de Santana e Pilar. O interior da igreja é neo-clássico. Sua rica sacristia rococó apresenta forro da última fase dos tetos em caixotões, que predominaram até o começo do século XVIII. Os primitivos caixotões sobrepostos às vigas do teto assumem, neste caso, total independência da estrutura e se transformam em uma malha poligonal curvilínea de molduras que enquadram painéis pintados e florões.
Histórico arquitetônico: 1586 - Estabelece-se na Bahia a Ordem dos Carmelitas Calçados. As obras do convento só começariam no séc. XVII, na vizinhança da ermida jesuítica de N. S. da Piedade, que foi doada aos frades, em 1592, por Cristovão de Aguiar Daltro e sua mulher Isabel de Figueroa; 1636 - Menção a uma doação de Luiza Góes para ajudar as novas obras; 1651 - Feito um legado por Gaspar Siqueira Ribeiro para terminar a capela-mor; 1655 - Os trabalhos são postos em andamento;
1681 - Construção do grande dormitório; 1776 - Contrato para construção do grande claustro. O menor data do fim do século XVII; 1788 - Aumentada a capela-mor. A decoração atual da sacristia, rococó é dessa época; 1795 - Edificada uma cripta, para servir de cemitério, e terminada a torre; 1823 - O convento é ocupado pelas tropas portuguesas e a igreja convertida em paiol. Pouco depois, a igreja e o convento sofreram grandes obras de consolidação. As capelas tiveram seus altares quase totalmente substituídos por novos, executados por Cipriano Francisco de Souza
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DO CARMO
Situada no alto da ladeira do Carmo, a igreja da Ordem Terceira é anexa ao convento do mesmo nome. O casario que a envolve é, na maior parte, do séc. XIX. A igreja da Ordem Terceira e convento integram o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo.
Edifício de notável mérito arquitetônico, que integra o conjunto formado pela igreja e convento do Carmo. A igreja primitiva foi destruída pelo fogo no fim do século XVIII e com ela desapareceram tetos apainelados da capela-mor e nave pintados por Felipe de Santiago (1714) e retábulo da capela-mor em talha de Baltazar dos Reis Silva, pintado e dourado por José Joaquim da Rocha (1778/80). O edifício atual, concluído em meados do séc. XIX, atende a um vasto programa arquitetônico desenvolvido em torno de dois pátios que compreende, além da igreja, sacristia, casa da mesa, casa dos santos, ossuário, galerias, etc. Além do sub-solo, o edifício apresenta dois pavimentos sobre a rua. A igreja possui teto pintado por José Teófilo de Jesus (1816). Dentre as obras de imaginária, destacam-se: N. S. do Carmo com o Menino Jesus e Cristo Morto, ambas em madeira e de autoria de Francisco Xavier Chagas, o Cobra; S. João e Santa Maria Madalena de autoria de Félix Pereira Guimarães (1777/78).
A igreja atual, embora concluída na metade do século XIX, segue a planta típica das igrejas matrizes e de irmandade do começo do séc. XVIII, apresentando nave única com circulações laterais superpostas por tribunas e sacristia transversal no fundo da capela-mor. O conjunto formado pela igreja e Casa da Ordem é contornado por uma extensa galeria envidraçada, elemento também existente na galeria das tribunas das igrejas do convento do Carmo e da Ordem 3ª. de S. Francisco e freqüente na arquitetura civil do final do período colonial, como no solar Marback e na casa grande do engenho Vitória, em Cachoeira. Sua fachada rococó (1855/60) é tardia e apresenta duas torres recobertas por terminações pouco definidas, frontão indeciso entre o rococó e o neo-clássico, pilastras demasiadamente esbeltas e janelas e portais em lioz, executados em Lisboa no estilo D. Maria, com meio século de atraso. Salvo o interior que é neo-clássico, a igreja, tanto em planta como em elevação, segue modelos já ultrapassados na época. Sua técnica construtiva, porém, é muito desenvolvida, com emprego extensivo de abóbadas de berço (sacristia, sala da mesa e sala dos santos), e de aresta (galerias).
Histórico arquitetônico: 1636 - A Ordem 3ª. do Carmo é instituída; 1644 - Os Terceiros pedem licença ao convento para levantar a sua igreja; 1709 - Lançamento da 1a. pedra nos alicerces da sacristia e consistório; 1713 - Delibera-se iniciar a capela-mor; 1714 - Felipe de Santiago pinta o teto da capela-mor e caixotões da nave; 178/80 - Novo retábulo para a capela-mor executado por Baltasar dos Reis Silva, pintado e dourado por José Joaquim da Rocha; 1786 - No governo de D. Rodrigo José de Menezes um incêndio destrói toda a igreja. Graças a donativos de Inocêncio José da Costa, prior da Irmandade, de 1788 a 1800, a igreja é reconstruída; 1803 - A igreja foi inaugurada. Todo o conjunto da obra de talha foi executado por José Nunes Santana; 1816 - Pintura do teto da nave e douramento da obra de talha por José Teófilo de Jesus; 1830 - Joaquim Francisco de Mattos executa o retábulo e nicho da sacristia da igreja; 1855/60 - Conclusão do frontispício, torres e adro da atual igreja; 1865 - Execução de planta da muralha a ser construída nos fundos da igreja para conter corrimentos de terra.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO DA RUA DO PASSO
A igreja situa-se na primeira zona de expansão da cidade e integra o sítio tombado pelo IPHAN nos sub-distritos da Sé e Passo. A vizinhança da igreja é constituída por casas e sobrados predominantemente da 1ª metade do séc. XIX. Edificada em rua muito estreita, à rua do Passo, sua perspectiva foi assegurada pela criação de uma larga escadaria de ligação desta com a ladeira do Carmo.
Edifício de notável mérito arquitetônico. Possui a igreja um sub-solo (ossuário), pavimento térreo (nave, capela-mor e sacristia) e um primeiro pavimento (tribunas e coro). Altares e retábulos de meados do séc. XIX, de autoria de Joaquim F. de Matos Roseira e Cipriano Francisco de Souza. Possui azulejos de Lisboa de Ca 1750 na capela-mor e azulejos industriais (séc. XIX) na nave. O teto da nave é atribuído a Antônio Pinto e Antônio Dias. Possui ainda 2 painéis representando a Transfiguração do Senhor, cópia parcial de Rafael; e Ceia de Cristo de autoria de José Rodrigues Nunes, que também dourou a obra de talha (1859), e dois painéis de autoria de José Antônio da Cunha Couto, representando a Multiplicação dos Pães e a Comunhão dos Apóstolos (1883/84). Imagens de São José, N. S. da Conceição e N. S. Mãe dos Homens. Alfaias: castiçais e coroas
Sua planta é típica das igrejas baianas do começo do séc. XVIII, com corredores laterais recobertos por tribunas e sacristia transversal. A fachada é uma evolução do tipo iniciado pela Matriz de Maragogipe. O corpo da torre, que serve de base à pirâmide de cobertura, é terminado por frontões curvos, inovação aparecida em 1728 na igreja da Misericórdia, sob a forma de frontão retilíneo. Em consequência do forte declive do terreno, foi adotada a solução de superposição da sala da mesa sobre a sacristia e desta sobre o ossuário, solução também adotada em outras igrejas baianas como N. S. do Boqueirão, Ordem 3ª de São Francisco, Santa Casa de Misericórdia e, parcialmente, na Ordem 3ª do Carmo. A pintura do teto, de autoria duvidosa, é uma perspectiva ilusionista barroca, de origem italiana, introduzida no país na metade do séc. XVIII. Talha de estilo neo-clássico.
Histórico arquitetônico: 1718 - É criada a Freguesia do SS. Sacramento da rua do Passo, quando governava o 5º Arcebispo, D. Sebastião Monteiro da Vide; 1736 - Instituíção da nova igreja paroquial da r. do Passo; 1737 - Uma ordem real outorga subsídios para a construção da capela-mor; 1820/21 - Conserto da cornija da nave e do painel que caiu; 1834/35 - Obras de restauração, principalmente da torre sul; 1848/49 - Remodelação interna compreendendo: novo retábulo da capela-mor, duas varandas corridas em lugar das tribunas, remate de duas portas colaterais, enfeites e remates do forro, realizados por Joaquim Francisco de Matos Roseira e Cipriano Francisco de Souza; 1850 - Executados altares do arco cruzeiro e dois altares laterais; 1851 - São construídos dois altares, 6 tribunas, 2 púlpitos, remates nas bacia, portas e janelas. Abertura de quatro novas portas no interior da igreja; 1854 - Novo lajeado do corpo da igreja, corredores e sacristia; 1858 - Obras de pintura e douramento da talha por José Rodrigues Nunes; 1889/90 - Colocação de azulejos na nave da igreja.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DA ORDEM 3ª. DE N. S. DA CONCEIÇÃO DO BOQUEIRÃO
Situa-se a igreja em Santo Antônio Além do Carmo, que é um dos mais homogêneos conjuntos do séc. XIX de Salvador, e integra o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo. Sua fachada está situada no eixo da ladeira do Boqueirão, guarnecida por sobrados de oitão, o que lhe proporciona um belo emolduramento. A igreja foi construída sobre antiga trincheira no bordo da falha geológica que divide Salvador em dois níveis. Da sacristia e consistório desfruta-se belo panorama do porto e da baía. A encosta da Montanha é considerada zona de preservação integral (GP-1) pela Lei Municipal nº. 2.403 de 23.08.1972.
Edifício de notável mérito arquitetônico. Programa típico das sedes de Irmandade leigas: igreja, consistório, casa dos santos, catacumba, etc. O edifício procura adptar-se à topografia local, com o aproveitamento de dois sub-solos na parte posterior da igreja. Situado ao lado direito e no mesmo plano da fachada da igreja, existe um pequeno oratório que se abre diretamente sobre a rua, como nas igrejas do Rosário dos Pretos e Santo Antônio Além do Carmo. O frontão e torres são revestidos de azulejos brancos aplicados, provavelmente, no século passado. Como obra de talha destacam-se: o altar-mor e os dois colaterais, grades do coro, púlpitos e tribunas. Possui teto pintado, de autor desconhecido, e rica coleção de alfaias, compreendendo custódias, castiçais e tocheiros. Dentre a imaginária são destaques: as imagens de N. S. das Dores, S. Tomaz, N. S. da Conceição e Santa Rita dos Impossíveis. Na sacristia existe belo crucifixo e lavabo de mármore com delfins entrelaçados.
Uma das mais típicas igrejas baianas do começo do século XVIII, tanto em planta quanto em elevação. Coro, tribunas e consistório superpostos respectivamente à nave, corredores laterais e sacristia transversal. Sob a sacristia existem dois sub-solos em arcada. O primeiro era, originalmente, desocupado e é usado hoje como habitação do vigia; o mais profundo foi transformado, no séc. XIX, em catacumba. Esta solução de superposição do consistório sobre a sacristia e desta sobre o ossuário é encontrada em outras igrejas baianas como Passo; O. 3ª. de S. Francisco e S. C. de Misericórdia. Sua fachada, formada, por duas torres sineiras que enquadram o corpo central culminado por frontão, é comum a muitas igrejas baianas do mesmo período e deriva do tipo elaborado no século anterior, de que são mostras as matrizes de Maragogipe e S. Amaro de Ipitanga e igreja de S. Antônio da Barra. Sua fachada, com torres terminadas em bulbo e frontão rococó revestidos de azulejos brancos, apresenta especial semelhança à igreja do Bonfim, embora mais elegante. A decoração interna em talha dourada do começo do séc. XIX, é neo-clássica, e o forro da nave, atribuído a aluno de José Joaquim da Rocha foi concebido em perspectiva ilusionista barroca de inspiração italiana, introduzida aqui na metade do séc. XVIII
Histórico arquitetônico: 1726 - A Irm. de N. S. da Conceição dos H. Pardos, há muito instituída na M. de S. Antônio Além do Carmo, requer ao Vice-Rei Vasco F. Cesar de Menezes a concessão das trincheiras do Boqueirão, para construir a sua capela; 1727 - Provisão eclesiástica de D. Luis A. de Figueredo, datada de 08/III, autoriza a construção; 1728/36 - Embargadas as obras por Vicente e Antônio G. Correia, alegando compra aos primitivos proprietários da sesmaria, mas sai vitoriosa a Irmandade; 1750 - No prospecto da cidade, de J. A. Caldas vê-se a igreja com frontão clássico, sem corredores laterais e torres; 1772 - Medição das trincheiras transcrita por M. Morais, confirma as dimensões atuais da igreja; 1801 - Prospecto da cidade, de Vilhena, mostra a igreja em sua forma atual; 1836/37 - Obras das tribunas da capela-mor pelo entalhador Joaquim F. de Mattos e execução do arco cruzeiro e dois altares por Antônio de S. Santa Rosa; 1844 - Douramento da capela-mor; 1847 - A Irmandade é elevada à categoria de Confraria Professa e são executadas as novas grades do coro e tribunas por Cipriano F. de Souza; 1872 - Requerida e elevada à condição de V. O. 3ª. da Imaculada Conceição da Beata Maria Virgem do Boqueirão; 1884 - Aprovados os estatutos pelo Arc. D. Manoel dos Santos Pereira em 18/IX e pelo P. da Província Esperidião Eloy de Barros Pimentel em 28/X.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO ALÉM DO CARMO
A igreja está localizada no extremo do bairro de Santo Antônio Além do Carmo, abrindo-se para a praça Barão do Triunfo, de onde se domina o porto e grande parte da Baía de Todos os Santos. Para a praça também se abrem, dentre outras construções, o forte do mesmo nome e um belo sobrado de oitão. A praça é tombada como sítio pelo IPHAN (GP-1) e considerada zona de preservação rigorosa (GP-1) pelo art. 113 da Lei Municipal n° 2.403, de 23.08.1972.
Arquitetura menor, de valor principalmente ambiental, urbanística e volumetricamente aceitável. A igreja, que é supostamente a terceira que se constrói no local, foi muito transformada no começo deste século. Os dois corpos de construção laterais à Capela-mor são deste século e terminam por terraços de concreto. Seu interior é revestido de escaiola, imitando mármore. Possui, além do altar-mor, dois no ângulo do arco cruzeiro e quatro nas paredes laterais da nave. No lado esquerdo e no plano da fachada existe um oratório que se abre diretamente sobre a rua. O mesmo elemento aparece em outras igrejas baianas como a do Boqueirão e Rosário dos Pretos.
A igreja atual, atribuída ao começo do século XIX, segue a planta típica das igrejas matrizes de irmandade do século XVIII, embora não concluída. Sua nave apresenta altares laterais sob arcos de descarga. Este elemento arcaico é um resíduo das capelas laterais intercomunicantes da igreja jesuítica luso-brasileira tradicional, e foi pela primeira vez usado na igreja de S. Paulo do Colégio de Braga. A planta da igreja baiana assemelha-se muito à da igreja de Madre de Deus de Recife (1707 / 20). Como não se conhece bem em que consistiram as obras de "reconstrução" da igreja, em 1813, é provável que a caixa da antiga igreja tenha sido aproveitada, embora acrescida de novos elementos, como o corredor lateral, tribunas, torres, etc. Sua fachada rococó é tardia. O frontão é de influência franciscana e tem sua origem nos conventos de Santo Antônio de Cairu e Santo Antônio do Paraguassu. O seu interior apresenta talha neo-clássica, provavelmente de Cipriano Francisco de Souza, que trabalhou na igreja na primeira metade dos oitocentos.
Histórico arquitetônico: 1594/95 - Fundada a capela primitiva por Cristovão de Aguiar Daltro; 1638 - A 13 de junho, o Padre Antônio Vieira prega o seu sermão "à beira das trincheiras que, por 40 dias, defenderam a cidade contra as tropas de Nassau"; 1648 - É criada a paróquia de Santo Antônio Além do Carmo pelo 7° Bispo do Brasil, D. Pedro Sá Sampaio. A nova Matriz de Santo Antônio, situada ao lado da fortaleza do mesmo nome, substituiu a antiga capela; 1813 - Reconstrução da igreja.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DOS QUINZE MISTÉRIOS
A capela situa-se na esquina da Praça dos Quinze Mistérios, no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, que conserva um dos melhores conjuntos de arquitetura do século XIX da cidade. No local em que foi construída existiam primitivamente, trincheiras de defesa da cidade, escavadas no tempo do vice-Rei Marquês de Angeja. A igreja integra o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1) compreendendo áreas dos sub-distritos da Sé e Passo.
Arquitetura menor de valor principalmente ambiental. A capela nunca chegou a ser concluída, por falta de recursos. É formada, atualmente, pela capela-mor, nave e coro. A sacristia, situada do lado direito, ruiu há cerca de cinco anos. Apresenta, ao nível do coro, falsas tribunas, tanto ao longo da nave como da capela-mor.
Igreja inconcluída da 1ª. metade do Séc. XIX. Seu projeto inicial previa corredores laterais superpostos por tribunas, que chegaram a ser executadas mas que estão entaipadas. Este tipo de planta se difundiu nas igrejas matrizes e de irmandade, a partir do início do século XVIII, mas ainda no século seguinte era adotado, como se pode constatar no presente exemplo. Sua fachada neo-clássica é do tipo templo com frontão clássico. Contudo, desenho existente na sacristia, aqui reproduzido, mostra que o projeto previa uma fachada com duas torres bulbosas e frontão rococó tardio. Seu interior apresenta decoração neo-clássica.
Histórico arquitetônico: 1811 - É criada na Matriz de Santo Antônio Além do Carmo a confraria de N. S. do Rosário dos Quinze Mistérios dos Homens Pretos, que funcionou naquele local até a construção de sua capela; 1829 - No local de uma antiga casa de adobe é construída a capela da nova confraria, com pedras de Água de Meninos. A capela nunca foi concluída por falta de recursos; 1852 - Forma-se na capela a irmandade de N. S. da Soledade.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-RECOLHIMENTO DO BOM JESUS DOS PERDÕES E CAPELA DA PIEDADE
Localiza-se na primeira linha de colinas do sítio de Salvador, a nordeste do seu Centro Histórico. Sua vizinhança é formada por casas e pequenos sobrados do final do séc. XIX e começo do atual.
Edifício de notável mérito arquitetônico, apesar das alterações e anexos recentes que lhe foram incorporados. O recolhimento se desenvolve, atualmente, em torno de um pátio retangular muito estreito. Além de um piso semi-enterrado, o edifício possui dois pisos sobre a rua. A igreja apresenta nave muito longa e dois corpos superpostos. O convento foi muito modificado neste século, com a criação de anexos, de madeira que se torna difícil saber sua disposição primitiva. Possui altar-mor do final do século XVIII e dois altares nos ângulos do arco cruzeiro. A pintura do forro da nave e do coro é atribuída a José Teófilo de Jesus. Sua fachada exibe um portal formado por duas pilastras caneluradas, recobertas por frontão, com volutas que se separam para dar lugar a uma cruz inspirada na portada da igreja de São Miguel.
Construção conventual do começo do séc. XVIII, muito modificada. A parte mais antiga do edifício se desenvolve em forma de "L", ao longo das duas ruas que o contornam. É provável que no final do séc. XVIII, quando ganhou quarenta novas celas, o recolhimento tenha fechado todo o pátio. A planta da igreja apresenta corredor de um só lado, recoberto por tribunas inspiradas no modelo então em voga nas igrejas matrizes e de irmandade. Possui dois coros superpostos, disposição que também aparece na igreja da Santa Casa de Misericórdia. Trecho do primitivo forro plano da igreja, anterior ao atual, (em forma de gamela e atribuído a José Teófilo de Jesus), pode ser apreciado no 2º coro. A fachada da igreja parece ter sido modificada no séc. XIX, sob a influência do neo-clássico, apresentando um frontão obtuso, que não concorda com o telhado. A portada parece inspirada na da igreja de S. Miguel. Alguns solares do século XVIII apresentam portadas semelhantes, embora os alizares sejam diferentes. Dentre eles, podemos citar: Solar Ferrão, Casa de Oração dos Jesuítas, e as portadas que se encontram, atualmente, nos edifícios Margarida e Secretaria de Educação e Saúde.
Histórico arquitetônico: Não existe documentação da fundação deste recolhimento, apenas algumas referências. No princípio do séc. XVIII dois irmãos, Domingos do Rosário e Francisco das Chagas, propuseram-se erguer uma capela dedicada a N. S. da Piedade e um pequeno recolhimento sob a invocação do Sr. Bom Jesus dos Perdões, para nele se recolher sua irmã Antônia de Jesus e outras devotas; 1732 - O Arcebispo D. Luís Álvares deu-lhe estatuto, sendo o Recolhimento sujeito à jurisdição do Prelado Diocesano; 1789 - A pequena capela e recolhimento primitivos são neste ano, reformados e ampliados por Theodósio Gonçalves da Silva e sua mulher D. Ana de Souza Queiroz, quando foram criadas 40 novas celas, refeitório, cozinha, portaria, santuário, sacristia e torre, além de obras de consolidação e conservação das partes já existentes; 1819 - Douramento do templo reformado.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
 
 
 
Curiosidades
A CRUZ DO PASCOAL:
Local que virou point de barzinhos tem origem curiosa: o devoto Pascoal Marques de Almeida mandou erguer um monumento, em 1743, em homenagem a Nossa Senhora do Pilar, cuja imagem foi roubada há anos.

Na igreja matriz, a construção atual data do século XIX, e há uma placa lembrando a resistência de Mauricio de Nassau à invasão Holandesa.

Foi também ali, pelas ruas do Santo Antonio, em 1823, que o exército de libertação passou com seus soldados do povo rumo ao Terreiro de Jesus. O cortejo, que sai da Lapinha, se repete todos os anos no dia que comemoramos a Independência da Bahia: 2 de julho.
 
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