:: Avisa Lá Salvador ::
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PELOURINHO

O Pelourinho, muitas vezes é confundido com toda a região do Centro Histórico de Salvador, mas abrange apenas as ruas que vão do Terreiro de Jesus até o Largo do Pelourinho. Seu nome, conhecido também como Picota, refere-se a uma forma ou instrumento de jurisdição feudal, utilizado em terras brasileiras, para punir os negros escravos. Este sítio histórico, reconhecido em 1980 como patrimonio histórico da humanidade pela UNESCO, está ligado a própria construção inicial da Cidade de Salvador, servindo como moradia das famílias abastadas e como centro comercial e administrativo. Com o crescimento da cidade para outro vetor, em 1950, o Pelourinho e boa parte do próprio Centro Histórico torna-se moradia popular e palco da cultura negra da cidade; com destaque para a capoeira e a música. No final de 1990, o Pelourinho e toda a região circunvizinha é submetido a um processo de revitalização que culmina com a saída dos seus moradores para a instalacão de bares, lojas, pequenos comércios, escolas. Esse processo de revitalização gerou sérias críticas, mas também elogios por parte da opinião pública.

 

 
Área
CENTRO
 
Depoimentos
"Eu sou apaixonado por Salvador. Já fui em muitos lugares e não abro mão de continuar em Salvador...Salvador ainda deixa muito a desejar na área educacional, mas é a cidade de encanto, cidade de poder fazer muito mais."
Simone Magalhães Santos - Liderança cultural do Pelourinho
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Salvador é uma das cidades mais lindas do mundo. O povo aqui é solidário, é amigo, independente das dificuldades que a gente enfrenta, economicamente, mas Salvador é um bom lugar pra se viver."
Clarice Souza dos Anjos - Associação das Baianas de Acarajé - ABA - Pelourinho/Itapuã
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Salvador é uma cidade que faz toda uma festa, dizendo que a cultura africana é belíssima, que o Brasil tem essa influência, mas é um uso mercantilista dessa cultura. Eu tenho dúvidas se há um real respeito, até porque isso é passado cheio de estereotipo. Eu tenho restrições quanto a isso."
Carmem Flores - Instituto Steve Biko - Pelourinho
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Ainda é a cidade em que eu nasci e quero continuar a viver e tentar transformar com o meu trabalho."
Carmem Flores - Instituto Steve Biko - Pelourinho
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Salvador não é ruim. Salvador é alegre, é sol, é praia. Eu é que nasci no lugar errado."
Jaime Figura - Liderança cultural do Pelourinho
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Queria que esses meninos, que as pessoas pudessem conhecer a história dessas ruas, dessas casas. Pudessem entender a importância dessas pedras cabeça de nego, que calçam essas ladeiras."
Clarindo Silva - Liderança cultural do Pelourinho
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)
 
Na Mídia
:: A BÊNÇÃO, PELOURINHO
A TARDE, 07.07.1988, Caderno 2, p. 02, Hamilton Vieira
:: SULISTAS DESCOBREM O PELOURINHO MAS OS BAIANOS AINDA RESISTEM
A TARDE, 28.06.1969, Suplemento, p. 0
:: A HISTÓRIA SE ENCONTRA NOS 435 ANOS DE SALVADOR
A TARDE, 29.03.1984, p. 01, Alexandre Ferraz.
:: NOVA ESTRATÉGIA PARA O CENTRO HISTÓRICO
JORNAL DA BAHIA, 4 e 5. 09.1988, p.16, Ordep Serra
:: COMUNIDADE DO MACIEL COMEMORA COM CHAMPANHE O TOMBAMENTO
JORNAL DA BAHIA, 05.12.1985, p. 01, Jaciar
:: CLARINDO, O ANJO DA GUARDA DO CENTRO HISTÓRICO
JORNAL DA BAHIA, 29.09.1984, p. 04
:: PELOURINHO PELOURIN PELOURO PELÔ
TRIBUNA DA BAHIA, 07.06.1988, p. 10, Waly Salomão
:: SÉCULOS DE HISTÓRIA SOB O SOLO DA CIDADE
TRIBUNA DA BAHIA, 19.08.1988, Cidade, p. 38
:: FERNANDO PESSOA TERÁ CASA NO PELOURINHO
TRIBUNA DA BAHIA, 31,03.1988, p. 03.
:: PINTORES DA IGREJA DA ORDEM 3ª DE S. FRANCISCO
A TARDE, 22.06.1959, Marieta Alves
:: A IGREJA DE N. SENHORA DO ROSÁRIO DA RUA JOÃO PEREIRA
A TARDE, 26.10.1959, Marieta Alves
:: ORDEM 3ª de SÃO FRANCISCO: TRÊS SÉCULOS DE FÉ E PIEDADE
A TARDE, 31.08.1964, Caderno 1, p.9
:: NA BELISSIMA IGREJA A FESTA DA MILAGROSA NOSSA SENHORA DO ROSARIO
ESTADO DA BAHIA, 21.11.1956
:: CATEDRAL É A ÚLTIMA DAS QUATRO IGREJAS QUE OS JESUÍTAS CONSTRUÍRAM
JORNAL DA BAHIA, 17.10.1964, Cad
:: CATEDRAL BASÍLICA CONTINUA COM SEDE DA PARÓQUIA DA SÉ
A TARDE, 15.03.1967, Caderno 1, p.2
:: A CATEDRAL BASÍLICA TERÁ MUSEU DE ARTE SACRA
A TARDE, 22.11.1965, Caderno 1, p.2
 
Atrativos
-IGREJA E CONVENTO DE SÃO FRANCISCO (ORDEM 1ª)
Situa-se o convento no Centro Histórico de Salvador, em sítio tombado pelo IPHAN (GP-1). A fachada principal da igreja abre-se para uma praça muito alongada, onde está localizado elemento típico das urbanizações franciscanas, o cruzeiro, que dá nome ao local. O Cruzeiro de São Francisco articula-se com o Terreiro de Jesus formando um dos mais interessantes espaços urbanos de Salvador, delimitado, em sua maior parte, por construções da metade do século passado. A roça do convento foi considerada área non aedificandi (GP-1) pelo Decreto Municipal nº 4.524 de 01.11.1973.
Edifício de elevado valor monumental. O convento de S. Francisco, desenvolvido em torno de um claustro quadrado, forma com a capela da Ordem Terceira um dos complexos monumentais mais importantes de Salvador. O corpo da igreja é formado por três naves; as laterais, bem mais baixas que a central e separadas desta por arcadas intercaladas de maciços, lembrando capelas. Sua decoração é um exemplo do barroco da primeira metade do séc. XVIII, e realiza o ideal da igreja de ouro que surgiu em Lisboa e Goa no fim do séc. XVII. Também merece destaque a decoração da biblioteca. O convento tem um sub-solo e dois pavimentos sobre o nível da rua. Possui ricos painéis de azulejo : os da capela-mor são de 1737, feitos em Lisboa por Bartolomeu Antunes de Jesus; os do claustro são de Ca 1746/48; os da ante-sala e sacristia são do período 1749/52. Nas torres e parte da fachada, azulejos de Ca 1805/08. Dentre a imaginária destaca-se : S. Pedro de Alcântara, bela obra de imaginária brasileira.
Esta igreja, com três naves, distingue-se das demais construções franciscanas do NE, que são de nave única com duas passagens ladeando a capela-mor e conduzindo à sacristia transversal. Ela parece ter sido influenciada por S. Francisco do Porto, construção gótica com três naves e decoração do séc. XVII, e pela planta jesuítica luso-brasileira tradicional. Sua suntuosa fachada é um desenvolvimento do tipo adotado na Matriz de Maragogipe, mas alguns elementos foram tomados da antiga Sé, como a porta central ladeada por duas menores, à maneira dos arcos de triunfo. Ela adotou da ig. do Colégio de Jesus a divisão do corpo retangular da fachada em cinco partes por duas ordens de pilastras superpostas. As volutas derivam do tipo criado em Cairú, desenvolvido em Sto. Antônio do Paraguassu e existentes ainda no Colégio dos Jesuítas de Santarém (Port. ). Seu frontispício inspirou o da igreja da Barroquinha e do Convento Franciscano da Vila de S. Francisco (Ba). O estilo da decoração se filia à escola de Porto D´ Aveiro. A nave apresenta teto em caixotões com painéis em forma octogonal, que se alternam com almofadas quadradas. O teto da portaria do convento apresenta perspectiva ilusionista atribuída a José Joaquim da Rocha (Ca 1774).
Histórico arquitetônico: 1587 - O convento franciscano é fundado na Bahia; 1686 - Frei Vicente das Chagas começa um novo convento e igreja sob plano grandioso; 1705/07 - Prossegue a construção : revestimentos e altar da enfermaria; 1707/10 - Terminados os muros do claustro e começados os pilares; 1708 - Colocada a 1ª. pedra da igreja. Obras sob a direção de Manoel Quaresma. Ao fim da Administração de Frei Vicente a igreja estava construída quase até o cruzeiro; 1710/14 - Frei Hilário da Visitação continua as obras; 1713 - Consagração da igreja, então construída até a elevação dos púlpitos; 1723 - Concluída a igreja, inclusive frontispício em arenito e instalação das cadeiras do coro; 1729/32 - Frei Álvaro da Conceição faz vir as pedras para as colunas do claustro; 1733/37 - Teto da igreja é pintado e decorado por Frei Jerônimo da Graça; 1737 - Assentados azulejos da capela-mor; 1738/40 - Conclusão por frei Gervazio do Rosário das colunas do claustro, douramento da capela-mor e altares laterais, execução do grande retábulo de S. Luis (hoje Coração de Jesus) no Cruzeiro; 1741/43 - Frei Manoel do Nascimento coloca o piso da capela-mor; chega de Portugal o grande retábulo de N. S. da Glória (cruzeiro, lado do Evangelho); 1749/52 - Frei Manoel de Santa Maria conclui as obras do claustro e coloca os azulejos; 1751 - Executado o forro da biblioteca; 1752/55 - Terminada a portaria e altar; os azulejos seriam colocados em 1782.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-CATEDRAL BASÍLICA ( EX-IGREJA DO COLÉGIO DE JESUS)
Localiza-se a Catedral no Centro Histórico de Salvador, em sítio tombado (GP-1) pelo IPHAN, situado nos sub-distritos da Sé e Passo. A igreja abre-se para uma ampla praça delimitada por sobrados do século passado e importantes monumentos religiosos, como S. Domingos, S. Pedro dos Clérigos e S. Francisco; este último, situado em um prolongamento do "Terreiro de Jesus". Sobre os remanescentes do Colégio, incendiado em 1905, foi construída a ex-Faculdade de Medicina da Bahia, segundo modelo neo-clássico. Com a demolição da igreja da Sé e algumas quadras, em 1933, para criação da nova Praça da Sé, ficou a igreja desambientada, exibindo uma extensa empena que era protegida pelas quadras vizinhas.
Edifício de elevado valor monumental. A igreja é o último remanescente do Colégio de Jesus. Apresenta um transepto inscrito no retângulo da planta e capelas laterais, interligadas com tribunas superpostas. A capela-mor é ladeada por duas capelas e corredores que conduzem à sacristia transversal. O corpo retangular da fachada é dividido em cinco partes por duas ordens de pilastras dóricas superpostas. As portas de acesso à igreja são coroadas por frontões partidos que enquadram nichos onde foram colocadas, em 1746, imagens de Sto. Ignácio, S. Francisco Xavier e de Borja. Na sacristia existem três altares em mármore, o mais importante de procedência italiana; os demais, portugueses. Possui ainda 16 painéis pintados sobre cobre, arcaz com incrustações de marfim e tartaruga, lavabo em mármore, e cadeira do séc. XVI. Existem silhares de azulejos na capela-mor e laterais do tipo tapete mais com os da sacristia são do tipo massaroca (Ca 1665/70).
A Catedral é 4ª. igreja do Colégio de Jesus. Revestida interna e externamente de cantaria de lioz, trazida pronta de Lisboa, esta igreja é, provavelmente, mais portuguesa que brasileira. A monumental igreja foi construída para rivalizar-se com as maiores de Portugal, segundo o Pe. Simão de Vasconcelos, reitor do Colégio na época. Sua planta é típica das igrejas jesuíticas luso-brasileiras. Lúcio Costa acredita que a atual poderia ter sido projetada pelo irmão Francisco Dias, auxiliar de Felipe Terzi em S. Roque de Lisboa, e chegado à Bahia em 1577 para construir o Colégio. A planta da Catedral, porém segue mais a da igreja do Espírito Santo de Évora. Sua fachada procura conciliar o modelo tradicional português, com duas torres, e a nova fachada jesuítica com volutas e sem torres, lançada por Vignola e Giacomo della Porta. O frontispício resultou deselegante com um frontão exíguo e torres atrofiadas. Teto audacioso em abóbada de madeira (1694/1701) com decoração do tipo que predominou até o começo do séc. XVIII : caixotão. Existem na igreja altares de quatro períodos de evolução dos retábulos brasileiros. A sacristia, cujos caixotões do teto continua nas molduras e painéis das paredes, é a mais rica de toda a arte barroca luso-brasileira, segundo Bazin.
Os altares dos Santos Mártires e das Virgens Mártires são do tipo brasileiro mais antigo e conservam traços renascentista. Segundo Lúcio Costa tais altares teriam vindo da primitiva igreja jesuítica.
Histórico arquitetônico: 1549 - Chegada dos jesuítas e construção da primeira igreja em taipa e palha; 1553 - construção da 2ª. igreja; 1561/72 - terceira igreja construída por Mem de Sá; 1575 - Compra de terreno e materiais para o novo Colégio, segundo projeto do arq. Francisco Dias S. J.; 1583 - Conclusão do claustro; 1591 - Inauguração do Colégio (segundo); 1604- Compra de materiais para construção "nova" igreja (atual ); 1657/72 - Construção do terceiro Colégio; 1691 - Chegam pedras de Portugal para a "nova igreja"; 1692 - Término da ornamentação da capela privada; 1694 - Reconstrução do pátio do Colégio; 1701 - Término do teto em abóbada de madeira e do pátio de Estudos Gerais; 1707 - Conclusão do altar de mármore italiana da sacristia; 1759 - Expulsão da Ordem do Brasil; 1765 - Restauração da igreja por Manuel Cardoso de Saldanha e José Antônio Caldas; 1767 - Proposta de transformação em hospital militar; 1781 - Transformada em Catedral; 1795 - Reconhecimento pela Real Comissão do tesouro da falta de um hospital. O projeto de adaptação do Colégio é confiado ao capitão Manuel Rodrigues Teixeira; 1801 - Destruição do pátio dos Estudos Gerais pelo fogo; 1808 - Instalação do hospital militar; 1833 - Transferência do hospital e criação da Faculdade de Medicina da Bahia; 1905/06 - Incêndio e reconstrução da Faculdade de Medicina.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO
A igreja, anexa ao Convento de São Francisco, situa-se no Centro Histórico de Salvador, integrando o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreendendo áreas dos sub-distritos da Sé e Passo. A igreja, que está construída em uma rua relativamente estreita, tem sua fachada recuada com relação ao convento, dando origem a um adro gradeado. Sua vizinhança é constituída por sobrados dos séculos XVIII e XIX.
Edifício de elevado valor monumental. Forma com o Convento e igreja de São Francisco um dos maiores complexos arquitetônicos de Salvador. Conta com belos tetos pintados: o da nave, iniciado A. J. Franco Velasco (1831) e concluído por José Rodrigues Nunes, após sua morte (1833); o da Secretaria, de autoria de Antônio Roiz Braga (1738), a quem é atribuído também o da Sala da Mesa; os da Sacrisitia e Casa dos Santos, em forma de medalhões, de autoria de J. A. Cunha Couto (1871). Possui seis painéis de J. Teófilo de Jesus ( 1845), pintados para os altares laterais da igreja, e oito não identificados do começo do século XIX. Conta com azulejos do período 1730/50, na escadaria, corredor de entrada, sacristia, claustro e sala da mesa; de Ca 1760 no adro inferior e de 1871 no corredor lateral da igreja. Possui lavabo D. João V, com incrustrações policromadas, crucifixo de marfim, muitas imagens do século XIX e órgão de fabricação local (1848/50).
A planta desta igreja é uma tentativa de fusão da planta típica franciscana do Nordeste, de uma só nave ligada à sacristia tranversal por duas pequenas passagens com a planta em voga no começo do século XVIII nas igrejas matrizes e de irmandade, com corredores laterais. Uma planta híbrida do mesmo tipo aparece na igreja do Rosário dos Pretos. A casa dos santos reproduz em escala menor a planta da igreja flanqueada por corredores. Devido ao forte declive, foi adotada a solução de superposição da sala da mesa sobre a sacristia e desta sobre o ossuário, solução também adotada em outras igrejas baianas como Boqueirão, Passo e na S. C. de Misericórdia. As tribunas do lado esquerdo são ligadas por uma galeria que foi mais tarde adotada nas igrejas do Convento e da Ordem 3ª. do Carmo, e que se difundiu na arquitetura civil do fim do período colonial. Sua fachada é única no Brasil e lembra o barroco exuberante da América Espanhola. Bazin acredita que ela seja uma transposição em pedra da primitiva talha do interior (vide Jaboatão), substituída no século XIX por decoração neo-clássica. O frontão deriva dos conventos de Cairú e Paraguassu. O teto da nave é em caixotões e painéis pintados com a composição semelhante aos das igrejas do Desterro e Penha.
Histórico arquitetônico: 1635 - Fundada a O. 3ª. dos Franciscanos da Bahia por Frei Cosme de S. Damião, com sede no convento; 1644 - A sala de reunião e igrejas primitivas são concluídas; 1686 - Planeja-se a reedificação sob plano grandioso, que implicaria na demolição do edifício primitivo; 1702 - Colocada a 1ª. pedra e escolhido por concurso o projeto do Mestre Gabriel Ribeiro; 1703 - Inaugurado o templo; 1827/28 - A talha barroca, sob o pretexto de estar deteriorada, é substituída por neo-clássica de autoria de José de Siqueira Torres; 1831 - Frontispício alterado com a abertura de duas novas portas; 1834 - Substituição do piso da nave por mármore. Aperfeiçoamento das imagens dos altares laterais por Manuel Ignácio da Costa; 1835 - Acentamento da grade de ferro que divide a nave, e reabertura ao culto depois de oito anos de obras; 1844 - O entalhador Joaquim Francisco de Mattos Roseira executa, na Casa de Santos, um altar e 25 nichos para conter imagens de procissão; 1869/70 - Reforma na sacristia, quando foram executados pelo entalhador João Simões Francisco de Souza os altares e a talha do forro.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS
Situa-se a igreja na antiga rua das Portas do Carmo numa praça de forma triangular, surgida com a demolição do cavaleiro e da porta que servia de defesa à cidade. O largo do Pelourinho, com seus sobrados do século XIX, é um dos mais interessantes espaços urbanísticos de Salvador. A praça integra o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo.
Edifício de notável mérito arquitetônico. Sede da Irmandade de N.S. do Rosário dos Homens Pretos do Pelourinho ou de N.S. do Rosário das Portas do Carmo. Foi construída pelos irmãos, em suas horas vagas, ao longo de quase um século. Igreja com corredores laterais, apresentando no fundo um pátio. Possui oratório situado ao lado direito e no mesmo plano da fachada que se abre para a rua, como nas igrejas do Boqueirão e Sto. Antônio Além do Carmo. As terminações da torre são em bulbo, revestidas de azulejos. No seu interior existem azulejos com cenas relativas à devoção ao Rosário de Lisboa, Ca 1790. O retábulo do altar-mor é de João Simões F. de Souza (1870/71) e a pintura do teto é de José Pinto Lima (1870/71). Dentre a imaginária, destacam-se N.S. do Rosário (séc. XVII), já venerada na antiga Sé, S. Benedito, St. Antônio de Catigerona e Crucificado de marfim.
A planta original desta igreja, iniciada em 1704, parece não ter previsto corredores laterais, senão duas estreitas passagens laterais à capela-mor, ligando a nave com a sacristia transversal. Este partido foi muito adotado nas igrejas franciscanas do Nordeste e pelos arquitetos mineiros, provavelmente inspirados na igreja de S. Paulo de Braga (Port.). Em Salvador existe um outro exemplo deste partido na igreja de N.S. do Pilar. Os corredores laterais, tribunas, atual fachada e torres, só seriam executados em 1780/81. Desta maneira, os corredores laterais se tornavam, de certo modo desnecessários, pois não conduzem à sacristia mas sim ao quintal. A igreja da Ordem Terceira de S. Francisco apresenta uma planta híbrida do mesmo tipo. Sua fachada se mantém fiel ao modelo baiano tradicional, que tem sua origem na Matriz de Maragogipe. Contudo, a terminação piramidal primitiva das torres transforma-se em bulbo de muitos ressaltos e o frontão clássico é substituído por outro rococó do tipo do seminário de Belém da Cachoeira. O interior apresenta púlpitos de influência rococó e altares neo-clássicos (1870).
Histórico arquitetônico: A Irmandade de N.S. do Rosário dos Homens Pretos do Pelourinho foi uma das primeiras confrarias de negros criada no Brasil e funcionou inicialmente, na antiga Sé; 1685 - A Irmandade foi erigida e aprovado seu compromisso pela Sé Catedral da Bahia; 1704 - O Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide concede autorização para construir a igreja; 1710 - Já se celebravam atos religiosos; 1718 - Começa a funcionar na igreja a Freguesia do Passo, desmembrada da Sé. A Irmandade do SS. Sacramento do Passo tenta apossar-se da igreja mas os pretos apelam para o rei e a sentença lhes é favorável, somente em 1736 decide-se construir a igreja do Passo; 1780/81 - Concluída a nova fachada, dois corredores laterais e as torres, pelo mestre Caetano José da Costa; 1796 - Iniciada a construção do consistório; 1815/26 - Aumentada a igreja e novas reformas; 1870/71 - Reforma radical da igreja e fatura de altares e do novo retábulo do altar-mor, pelo entalhador João Simões F. de Souza, com pintura de José Pinto Lima dos Reis, que também pintou o teto da nave; 1872 - Transformação da Casa da Mesa em Casa Forte e demolição do cemitério da Irmandade; 1873/75 - Abertas duas novas portas na fachada; 1894 - executado forro do salão da Casa da Mesa, e altar na sacristia; 1895 - Vitoriano Eduardo de Oliveira conclui o douramento da igreja.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA E ORDEM TERCEIRA DE SÃO DOMINGOS
Situa-se a igreja no Centro Histórico de Salvador, integrando o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1) que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo. Sua fachada se abre para o Terreiro de Jesus, onde estão situados, além da igreja do antigo Colégio de Jesus, atual Catedral, a igreja de São Pedro dos Clérigos e sobrados, em sua maior parte do séc. XIX.
Edifício de notável mérito arquitetônico. A construção compreende, além da igreja, dois corpos laterais de construção que abrigam as instalações da Ordem 3ª. A nave possui um belo teto pintado, atribuído a José Joaquim da Rocha (1780/82), a quem são atribuídos também os painéis do Salão Nobre. José Antônio da Cunha Couto pintou, no final do séc. XIX, quatro quadros para o arco cruzeiro, quatro para os altares laterais e um para debaixo do coro, além de retratos de irmãos. Na capela-mor existe a parte inferior de um silhar de azulejos, que deveria recobrir toda a capela-mor. É de cor azul sobre fundo branco, com figuração referente à vida de São Domingos, Ca 1740. Dentre as alfaias, destacam-se: coroa de ouro de N. S. do Rosário (1748), coroa de prata de Nossa Senhora (1755), cruz de prata, etc. Possui ainda trabalhos notáveis de talha, como o arcaz existente na sacristia e o arranque da escada que leva ao consistório.
Esta igreja adota, pela primeira vez, na Bahia, o partido de três corpos de construção, separados por corredores longitudinais. Este mesmo partido foi adotado, pouco depois, na igreja de Conceição da Praia. A igreja apresenta uma planta típica das matrizes e igrejas de irmandade do começo do séc. XVIII, com corredores laterais e tribunas superpostas. Fachada rococó com torre terminada em bulbos. A talha neo-clássica de Antônio Mendes da Silva, do final do século passado, substituiu a primitiva talha barroca. A pintura do teto da nave, atribuída a José Joaquim da Rocha, é de concepção ilusionista barroca, lançada na Itália em 1694 por Andrea Pozzo na igreja de Sto. Inácio de Roma, e introduzida no Brasil no final da primeira metade do século XVIII.
Histórico arquitetônico: 1723 - Fundada a Ordem Terceira de São Domingos da Bahia, que funcionou provisoriamente no Mosteiro de S. Bento e no hospício da Palma; 1731 - Iniciadas as obras da igreja no terrapleno dos jesuítas sob a responsabilidade do mestre João Antunes dos Reis; 1732 - Celebrada a 1ª missa; 1737 - Conclusão do frontispício e altares colaterais; 1756 - Entendimento entre as Ordens 3ªs. de S. Domingos e S. Francisco, pois a primeira precisava de algumas casas pertencentes à segunda, para ampliação de suas instalações; 1783/88 - Reforma da fachada, quando decide-se enviar o risco de J. Antônio Caldas a Joaquim Vicente, em Lisboa, para fornecer as pedras, mas desiste-se devido ao preço; 1873 - Sob a inspiração do Neo-Clássico são retirados o retábulo da capela-mor, de Antônio Mendes da Silva (1745/48), ornatos de talha da nave, dois altares laterais, e é aberta uma clarabóia na capela-mor; 1874/75 - Execução da talha neo-clássica, compreendendo capela-mor, quatro altares, seis tribunas, forro do coro e outros, por Otto Koch e José dos Santos Ramos; 1880 - Douramento da talha por Emile Bouquet; 1887 - Fatura de grade para o arco cruzeiro e novo piso de mármore italiano.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS
Situa-se a igreja no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador, entre construções de pouca altura. A igreja integra o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo.
Arquitetura menor, de valor principalmente ambiental. Interior com decoração de transição entre o rococó e o neo-clássico, com grande painel no teto. Possui, além do altar-mor, dois altares no ângulo do arco cruzeiro.
Apresenta planta típica das igrejas baianas do começo do séc. XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas. Todavia esta planta, como de outras igrejas baianas, ainda não apresenta sacristia transversal; ela é um desenvolvimento natural do partido em "T" (vide Palma) comum no séc. XVII. O frontispício rococó (séc. XIX) é tardio. O interior apresenta uma decoração de transição entre o rococó e o neo-clássico. Embora o arco cruzeiro e teto sejam rococós, os altares já são neo-clássicos.
Histórico arquitetônico: A Irmandade de São Pedro dos Clérigos, no séc. XVII, tinha sua ermida junto à antiga Sé, onde, em 1708, ergueu-se o Paço Arquiepiscopal; 1709 - Licença do Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide para os clérigos de São Pedro construírem sua nova igreja no terrapleno dos jesuítas, no local destinado ao Seminário. Contudo, não foi construída neste local, por ter a Irmandade adquirido duas casas onde foi efetivamente edificada; 1741 - Ordem Real autoriza subsídios para reparar as torres e o frontispício da igreja em ruínas; 1784 - Menção à compra de terrenos; 1802 - Licença para continuarem as obras que estavam embargadas pelo Senado da Câmara; 1887 - A igreja foi acrescida de uma sacristia. O frontispício atual é também do séc. XIX.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

ORATÓRIO DA CRUZ DO PASCOAL
Situa-se o oratório no bairro de Santo Antônio Além do Carmo, em sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo. O oratório está implantado no meio de um largo de forma triangular, para onde se abrem sobrados, na sua maioria do séc. XIX, muitos dos quais com fachada azulejada. A ambiência do monumento foi prejudicada pela substituição do piso de pedras irregulares, por asfalto, em 1971.
Elemento de notável mérito arquitetônico-urbanístico. Um dos mais pitorescos e expressivos pontos de referência visual de Salvador. O oratório que é constituído por uma coluna encimada por um nicho, guarda em seu interior uma preciosa imagem de N. S. do Pilar, do séc. XVIII. O oratório é praticamente todo revestido de azulejos azuis e brancos e está hoje protegido por gradil de ferro do séc. XIX.
O oratório é formado por um nicho inspirado nas torres sineiras de igrejas baianas do começo do séc. XVIII, que se apoia sobre o ábaco de uma robusta coluna toscana de seção octogonal, montada em pedestal de pedra. A terminação do nicho, em pirâmide azulejada, é encontrada nas torres de numerosas igrejas baianas como: Sto. Antônio de Cairu (1670), S. Francisco (1720), Belém da Cachoeira (1730), N. S. da Lapa e Santa Casa de Misericórdia. Os pináculos foram substituídos por esferas de louça. Os azulejos que revestem o nicho e coluna são portugueses, do séc. XVIII.
Histórico arquitetônico: 1743 - O oratório foi erguido por Pascoal Marques de Almeida, natural de Lisboa, como testemunho de sua fé em N. S. do Pilar; 1874 - É construído um gradil de ferro, para proteção do oratório.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

OLODUM
Nasceu no Maciel/Pelourinho e foi criado por moradores da própria comunidade. A entidade saiu pela primeira vez em 1979, com o tema "Festa para o Nêgo de Oyó", tornando-se um dos mais antigos e tradicionais blocos de expressão africana do Carnaval. Atualmente, o grupo também promove ações na área da educação.
 
 
 
 
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