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GRAÇA

O bairro da Graça é um dos mais antigos de Salvador e está localizado no local inicialmente conhecido como Vila Velha. A sua localização no alto de um morro tinha uma função estratégica, possibilitando uma vista panorâmica do mar que ajudava a prevenir possíveis ataques inimigos. Situado próximo aos bairros da Barra, Vitória, Canela e Federação, a Graça é um lugar onde, apesar da existência de comércios, bancos, clínicas e escolas – é um dos bairros mais bem servidos da cidade – há uma predominância de moradias da classe média e alta de Salvador. Na Graça, está situada a primeira igreja construída em Salvador, a Igreja de Nossa Senhora da Graça, por ordem de Catarina Paraguaçu, mulher de Diogo Álvares, o Caramuru. A fonte de Nossa Senhora da Graça, recentemente reformada, é outro atrativo deste bairro onde lendas e histórias se confundem.

 

 
Área
CENTRO
 
 
Na Mídia
:: PASSADO E PRESENTE EM SINTONIA NA GRAÇA
A TARDE, 23.11.2004, p. 4, Cláudia Oliveira
:: GRAÇA AINDA É O REDUTO DA ARISTOCRACIA NA CIDADE
CORREIO DA BAHIA, 24.08.1996, p. 7, Maurício Sotto
:: MORADORES CONTINUAM LUTA PELA PRESERVAÇÃO DO CAMPO DA GRAÇA
DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 25.07.1977, Caderno
:: GRAÇA – O COMEÇO DA ARISTOCRACIA BAIANA
JORNAL DA BAHIA, 04.11.1974, Caderno 2, p.2, Sandra Régis
:: A SUA CIDADE – RUA EUCLIDES DA CUNHA
TRIBUNA DA BAHIA, 28.05.1987, Cidade, p.4
:: A SUA CIDADE – RUA DA PAZ
TRIBUNA DA BAHIA, 30.04.1988, Cidade, p.4
 
Atrativos
-IGREJA E ABADIA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA
A igreja situa-se no bairro da Graça e era o centro da antiga Vila Velha fundada por Caramuru. Com o desenvolvimento da cidade, a pequena colina foi cortada e a escala da igreja ameaçada pelo altos edifícios em sua vizinhança. O grotão atrás da Abadia é considerado área non aedificandi (GP-1) pelo Decreto Municipal nº 4.524 de 01.11.1973.
Edifício de notável mérito arquitetônico. A abadia se desenvolve em dois pavimentos em torno de um claustro quadrado, ocupando a igreja o "quarto" esquerdo. Os tetos da capela-mor e nave são de autoria de Manoel Lopes Rodrigues, executados em 1881 e substituem os anteriores de José Teófilo de Jesus, do final do séc. XVIII. Na sacristia existem duas telas de autores desconhecidos: uma representando a visita votiva do Senado à igreja, em 1765, e outra narrando os vários episódios da vida de Diogo Álvares Correia, desde o naufrágio até o seu embarque para a França e o episódio de Moema. Existe ainda quadro de Manuel Lopes Rodrigues, intitulado de "O Sonho de Paraguassu", do final do séc. XIX. A igreja possui muitas peças de mobiliário antigo, dentre as quais destacam-se cadeiras executadas no séc. XVII. A primitiva imagem de Nossa Senhora da Graça foi desbastada no começo deste século, perdendo a sua rusticidade. Possui ainda uma imagem de N. S. do Parto, atribuída ao séc. XVII.
A abadia da Graça apresenta uma das formas mais primitivas de mosteiro beneditino no Brasil. Este modelo seria desenvolvido em S. Bento do Rio de Janeiro com a duplicação da circulação em torno do claustro, estabelecendo uma separação entre a vida comunal desenvolvida no claustro, e a vida íntima desenvolvida nas celas. A igreja sofreu grandes obras em 1770. Sua fachada barroca é desse período, mas a caixa é, provavelmente, seiscentista, ainda que alterada. A presença de arcada na ala esquerda, atualmente fechada, indica a existência de um avarandado tipicamente seiscentista. Este elemento, que viria transformar-se no corredor lateral, é encontrado em igrejas rurais do século XVII como S. Miguel (SP), Pandalho (Pe), St. Amaro de Ipitanga (Ba). A arcada da Graça parece ser mais primitiva que os exemplos citados, pois ainda não apresenta tribunas superpostas. A sobrevivência de um outro testemunho seiscentista, a pequena torre de terminação em meia laranja, reminiscência da técnica mossárabe, no lado oposto da igreja, prova que a nave, ainda que tenha sido alongada e elevada, é a mesma de 1645. O altar-mor da igreja tem a mesma composição rococó do altar-mor da igreja da Barroquinha.
Histórico arquitetônico: 1535 - É fundada a primeira igreja da Bahia; 1586 - A primitiva igreja e terrenos adjacentes são doados por Catarina Paraguassu aos padres de São Bento, a 16 de julho; 1645 - Sob a planta do Frei Gregório de Magalhães foi erguida a abadia e colégio, cujo claustro se mantém até hoje; 1770 - Dado o estado de quase ruína, a igreja foi reconstruída. O abade D. Inácio da Piedade Pinto ampliou a nave, ergueu dois altares laterais e dourou o teto, confiando a pintura do mesmo a José Teófilo de Jesus. Reformou a fachada e restaurou a abadia. Restou, porém, a torre da primitiva igreja terminada em meia laranja; 1881 - Refeita a pintura do forro da nave por Manuel Lopes Rodrigues.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
 
 
 
Curiosidades
-A LENDA SOBRE A ORIGEM DA IGREJA DA GRAÇA
A construção da Igreja da Graça, segundo diz a lenda “fora conseqüência das visões, várias vezes repetidas, de Catarina (Paraguassu), de que uma mulher que viera por nau, estava entre os gentios e lhe pedia que a mandasse buscar. Procedidas diversas buscas por Diogo Álvares, Caramuru, fora encontrada a imagem de N. Senhora em poder de um índio que apanhara na praia e que, por ignorância do que se tratava, a jogara em um canto da casa. Então, Diogo Álvares apanhou-a e levou com grande reverência. Sendo apresentada à sua mulher Catarina, essa abraçou-se com a imagem, derramando-se em lágrimas de alegria, dizendo ser aquela a mulher que lhe aparecia e falava. Pediu então ao marido para mandar erguer um templo, o que o mesmo fez de barro e, mais adiante, de pedra e cal, trasladando a imagem que ficara venerada com o título da Graça”.
 
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