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NAZARÉ

O bairro de Nazaré, que antigamente se escrevia com TH, se desenvolveu em torno das freguesias de São Pedro, de Santana do Sacramento e, mais tarde, da freguesia de Nossa Senhora de Brotas. O conceito de bairro começou a surgir no final do século XIX. Localizado no centro de Salvador, entre os bairros de Brotas, Tororó , Barbalho e do Centro Histórico, Nazaré tem como coluna vertebral a Avenida Joana Angélica. Em torno desta, outras localidades, como o Jardim Baiano, a Saúde, a Mouraria e a Lapa, são consideradas por estudiosos como sub-bairros que fazem parte de Nazaré. No bairro existem duas grandes praças: o Campo da Pólvora e o Largo de Nazaré, além de diversos outros monumentos históricos da cidade, como o Fórum Rui Barbosa – que guarda os restos mortais do seu patrono – diversas igrejas, escolas, hospitais e estações de ônibus e Metrô.

Fonte:PEREIRA, Manoel Passos. Historia do Bairro de Nazaré – Uma experiência Participativa. Salvador, FUNCEB, 1994

 

 
Área
CENTRO
 
Depoimentos
RUA DA INDEPENDÊNCIA
Rua da Independência, ela é uma rua fabricada, ela é uma rua resultante de um plano, de um projeto, nasceu na prancheta como várias outras na cidade de Salvador nasceram na prancheta. A rua da Independência é um caso desses, ligando o bairro de Nazaré com a Praça de Guadelupe, que mais tarde chamou-se Praça dos Veteranos, nome aposto. É uma rua que é da segunda metade do século XIX. O conselheiro Junqueira morava numa casa que hoje é a Casa de Angola, ali, na Praça dos Veteranos. Ele era uma espécie de patriarca sobrevivente das lutas pela independência. Todos os anos reuniam-se as pessoas na casa dele, ou na Praça dos Veteranos, veteranos da independência, para fazer homenagens aos heróis do Dois de Julho. Numa dessas festas inaugurou-se a rua nova e deu-se o nome, óbvio, de Independência, em função de ser a homenagem prestada aos heróis do Dois de Julho. (Cid Teixeira)
www.cidteixeira.com.br

MOURARIA
”No caso da Bahia, não foram mouros propriamente ditos, foram ciganos; mas isso é uma distinção que você está fazendo agora, na época, veio de fora, não era português, era mouro. Mouraria tem tudo a ver com o bairro da Mouraria lá, em Lisboa, dos judeus, como é um gueto, para usar uma palavra mais divulgada. O gueto dos judeus é a Mouraria dos mouros, é o lugar de confinamento dos moradores que eram maometanos.” (Cid Teixeira)
www.cidteixeira.com.br

SOBRE OS LIMITES DE NAZARÉ

“Quando você dá na Praça dos Veteranos, você não está em Nazaré, mas sobe a Independência já é Nazaré, Santana...Mouraria com certeza é um apêndice de Nazaré. Há graduações, eu acho que o Severino é mais Nazaré do que o Central, porque o Central é junto da Lapa, já perto da Piedade”
Caetano Veloso

“O limite do bairro é fácil! Começa onde era a antiga Faculdade de Direito, onde hoje é a Justiça Federal na Lapa e vai até a Bela Vista do Cabral. Depois do Jardim de Nazaré tinha o Cabral, a Bela Vista do Cabral e o Limoeiro acabava ali e tinha ruas laterais. O bairro era esse: do Convento da Lapa, da entrada do Convento da Lapa ali onde era a Faculdade de Direito até a Bela Vista do Cabral, era considerado o Bairro de Nazaré”
José Augusto Berbert de Castro

“Nós somos um povo sem memória. Além de mal informados. Como a condução trazia o letreiro de Nazaré, o povo começou a englobar na denominação de Nazaré todos os arruamentos a partir da Lapa. Para mim Nazaré vai de Santa Clara e termina no largo. Pelo menos era assim que eu ouvia se dizer quando eu era menina, no tempo em que não havia a Rua Dom Bosco e também a Dom Domingos Sávio.
Aliás, penso não existir concordância na divisão que o povo faz a propósito dos bairros e as divisões eclesiástico-administrativas e eleitorais. Tudo fica confuso. Principalmente para mim, que quando nasci ainda se utilizava a expressão “Freguesia de Nazaré”. Devo declarar que: nasci no Jenipapeiro, me criei na Poeira e morei durante 38 anos no Largo de Nazaré (1940-1978)”.
Hildegardes Vianna

“O bairro está religiosamente dividido em três paróquias: Saúde, Nazaré e Santana.”
Padre Luna

Fonte:PEREIRA, Manoel Passos. Historia do Bairro de Nazaré – Uma experiência Participativa. Salvador, FUNCEB, 1994
 
Na Mídia
:: CONTRASTES URBANOS RECONTAM A HISTÓRIA DE NAZARÉ
CORREIO DA BAHIA, 06.07.1996, p.6, Roseméri Laurin
:: A SUA CIDADE – LADEIRA DO LIMOEIRO
TRIBUNA DA BAHIA, 02.08.1988, Cidade, p.6
:: UM VELHO BAIRRO SE CURVA AO PROGRESSO
TRIBUNA DA BAHIA, 04.12.1988, Cidade, p.2
:: A BAHIA ERA ASSIM – LADEIRA DAS PEDRAS, HOJE FONTE NOVA
TRIBUNA DA BAHIA, 06.12.1987, Cidade, p.4
:: A SUA CIDADE – FONTE DAS PEDRAS
TRIBUNA DA BAHIA, 07.12.1987
:: A SUA CIDADE – RUA PRADO VALADARES
TRIBUNA DA BAHIA, 08.06.1988, Cidade, p.4
:: PALMA ATRAI TURISTAS À PROCURA DE D. FLOR
TRIBUNA DA BAHIA, 14.05.1987, Cidade, p.2, Joana D’Arc
:: A SUA CIDADE – AVENIDA JOANA ANGÉLICA
TRIBUNA DA BAHIA, 23.05.87, Cidade, p.4
:: NAZARÉ VOLTA A SER BAIRRO RESIDENCIAL
TRIBUNA DA BAHIA, 26.09.2005, Salvador, p.16, Meire Oliveira
:: A SUA CIDADE – CAMPO DA PÓLVORA
TRIBUNA DA BAHIA, 30.04.1987, Cidade, p.4
:: A SACRISTIA DA IGREJA MATRIZ DE SAN TANA
A TARDE, 17.03.1958, Marieta Alves
:: PASSADO E PRESENTE NO MUSEU DA PALMA
A TARDE, 17.06.1964, caderno 1, p.2
:: RESTAURADO O RIGOR DA CLAUSURA NO HISTÓRICO CONVENTO DA LAPA
A TARDE, 18.01.1980
:: UMA IGREJA SIMPLES QUE É UMA PÁGINA DA HISTÓRIA
A TARDE, 18.12.1940
 
Atrativos
-ACADEMIA DE LETRAS DA BAHIA (SOLAR DOS CALMONS)
A Academia Baiana de Letras é a entidade literária máxima do estado brasileiro da Bahia. Situada à avenida Joana Angélica, número 198, no bairro de Nazaré, é uma das instituições sediadas no Palacete Góes Calmon, na cidade de Salvador. Foi fundada no início de século XX.
Já por influência da Academia francesa, fundam-se na Bahia - então parte da Colônia - a Academia dos Esquecidos (em 1724, e depois a Academia dos Renascidos (1759), duas das primeiras tentativas de dotar o Brasil de uma entidade cultural capaz de congregar os interesses literários ainda incipientes.
Em 1845 o futuro Barão de Macaúbas funda, junto a outros, o Instituto Literário da Bahia, uma espécie de prelúdio de Academia de Letras, onde são realizados saraus, discutidas idéias e reunia os mais expressivos nomes da literatura baiana da época.
Foram sócio-fundadores: Rui Barbosa, Severino Vieira, Dr. Egas Moniz Barreto de Aragão, Profº Antônio Alexandre Borges dos Reis, entre outros.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Baiana_de_Letras)

-ASILO DOS EXPOSTOS (PUPILEIRA)
Localizado na Avenida Joana Angélica, foi construído no século XIX. É um conjunto arquitetônico (asilo, capela e jardim) de valor ambiental. O asilo possui dois pavimentos em torno de um pátio retangular. A capela apresenta janelas ogivais e outros detalhes neogóticos. O Asilo dos Expostos era conhecido como “a Roda”, por instalarem ali um dispositivo giratório que permitia a entrega de crianças, sem serem identificados os portadores.

-ASILO SANTA IZABEL
Localizado na Rua João Barbosa de Oliveira, o Asilo Santa Izabel foi construído no século XIX. Edifício arquitetônico desenvolvido ao redor de um pátio retangular. Possui 75 quartos, cômodos de serviço, uma capela, uma ampla cozinha, refeitório com teto e lambris envernizados, salão de estar com armários de 1889, salão nobre com mobília de jacarandá e palhinha em estilo D. Maria I. No pavimento superior, onde ficam as celas e clausuras de freiras, estão em um dos salões mobília Dom João V e um minúsculo museu com imagens, louças cristais, etc. A estrutura arquitetônica do prédio é neoclássica.

-BIBLIOTECA INFANTIL MONTEIRO LOBATO
Fundada em 1950, é a única biblioteca infantil do estado. No local predominam livros dirigidos a estudantes do ensino fundamental.
Possui 56 mil exemplares de livros e 141 periódicos para consulta, além de fitas de vídeo, discos, recortes de jornais e gravuras (que são doadas para ilustrar trabalhos escolares).
A biblioteca ainda possui uma sala destinada à pesquisa sobre o escritor Monteiro Lobato (Sala Denise Tavares), e objetos (fotos, correspondências) doados pela família do escritor, após a sua morte. Também podem ser consultados fascículos da revista Tico-tico e outras de 1910 em diante. Além de intensa atividade cultural, com espaço para exibição de vídeos, recitais de poesia, lançamentos de livros e seminários, são realizadas ainda oficinas permanentes, com cursos de canto e coral, flauta, teatro infantil e teatro de bonecos, com aulas que acontecem duas vezes por semana
(http://www.emtursa.ba.gov.br)

-CAMPO DA PÓLVORA
Praça recentemente inaugurada para as obras do Metrô de Salvador localizada às margens da Avenida Joana Angélica. Nela encontramos o Fórum Rui Barbosa, tendo nas suas laterais as ruas do Carro e Tingüi. A Praça do Campo da Pólvora leva-nos a presença da Casa da Pólvora, responsável pela armazenagem de um arsenal utilizado em antigas batalhas.

-CASA DA PROVIDÊNCIA
Edifício de fachada neoclássica, com três pavimentos e mais um sótão com balcão corrido. Hoje é utilizado como orfanato e convento. É uma construção do século XIX e está localizada na Rua Góes Calmon

-CASA Nº 55 DA RUA DO GRAVATÁ
Solar urbano típico do começo do século XVIII. Está localizado na ladeira aberta em 1724 que liga a Fonte do Gravatá à Igreja de Santana.

-CASA Nº 34 DA RUA FELIPE CAMARÃO
Construída no século XIX, está localizada no bairro da Saúde. Tem fachada revestida de azulejos e jardim lateral de inspiração mourisca.

-CASA Nº 65 DA RUA DO GENIPAPEIRO
Casa azulejada neoclássica com porão alto, sendo uma transição entre o sobrado tradicional e a casa térrea integrada ao jardim. Sua construção é do século XIX.

-CASA Nº 149 DA AV. JOANA ANGÉLICA
Foi construída no século XIX

-CASA DO BARÃO DO RIO REAL
Localizada na Praça Almeida Couto, durante muitos anos lá funcionou o Colégio Nossa Senhora de Lourdes que foi fechado. Sua construção data do século XVIII.


-FONTE DO GRAVATÁ
Localizada na Rua do Gravatá, é uma construção dos séculos XVII e XVIII de valor urbanístico e ecológico. Assim como outras fontes da cidade, servia para abastecer a população antes do sistema encanado. Abastecia especificamente a Palma, a Mouraria e Santana.

-HOSPITAL SANTA IZABEL
Está localizado na Praça Conselheiro Almeida Couto. Seu edifício apresenta elementos decorativos neoclássicos e uma síntese barroca. Possui uma magistral coleção de potes e jarros farmacêuticos, como também imagens da capela e clausura. O prédio foi construído na segunda metade do século XIX.
Fonte:PEREIRA, Manoel Passos. Historia do Bairro de Nazaré – Uma experiência Participativa. Salvador, FUNCEB, 1994

-IGREJA E CONVENTO DE N. S. DO DESTERRO
Situa-se o Convento na 2ª. linha de colinas do sítio de Salvador, a cavaleiro da Baixa dos Sapateiros. Possui grande área livre que se estende até os fundos das casas da rua da Poeira. As construções que o rodeiam estão bastante descaracterizadas. Sua roça é considerada non aedificandi (GP-1) pelo decreto municipal nº 4.524 de 1/XI/73.
Edifício de notável mérito arquitetônico desenvolvido em torno de dois pátios. Foi o primeiro convento de freiras construído no país. Possui no 1º andar bela capela do Santíssimo Crucifixo dos Passos com altar e retábulos do séc. XVIII. A talha e nichos do coro alto são do mesmo período. A igreja foi reformada no séc. XIX quando sua talha primitiva foi substituída por neo-clássica. As imagens de S. Francisco e S. Clara que ficam dos dois lados do altar-mor são de meados do séc. XVIII. Possui na sacristia lavabo rococó com delfins e bacia em forma de concha. Os azulejos da capela-mor são de Ca. 1760; os do Coro Baixo, barrocos, foram encontrados neste século e assentados naquele local; os da torre são de Ca. 1750. O Convento conserva grande quantidade de alfaias, objetos de prata e peças de mobiliário dos séculos XVIII e XIX.
Convento de Clarissas desenvolvido em torno de dois claustros, apresentando mirante. O duplo claustro fora anteriormente adotado no convento do Carmo, enquanto que o mirante foi pela primeira vez usado na Bahia tendo sido seguido por outros conventos de freiras como Lapa e Soledade. Este elemento medieval é encontrado em conventos de Lisboa, Évora e Ponta Delgada (Portugal) dos séculos XVI e XVII e na arquitetura civil luso-brasileira, especialmente açoriana. Como Sta. Clara de Évora (final do séc. XVI) apresenta mirante e igreja com acesso lateral e coros baixo e alto, esquema posteriormente imitado no convento da Lapa. Tendo sido o convento edificado ao longo de um século, a volumetria do projeto primitivo foi alterada pela criação de vários anexos. Sua torre, da 1ª metade do séc. XVIII, é culminada por um dos primeiros e mais belos bulbos de Salvador. A portada da igreja é um dos raros exemplos de rococó "flamboyant" da arquitetura baiana. O teto apainelado da igreja apresenta composição muito semelhante ao da igreja da Penha.
Histórico arquitetônico: 1665 - O Rei concede licença para se fundar mosteiro de religiosas; 1677 - Chegam, em 21/IV, quatro freiras para fundar o Convento de S. Clara. O Hospício do Desterro possuía então 5 ou 6 celas separadas da igreja que não possuía nem a entrada lateral nem o Coro Baixo; 1679 - A Câmara se compromete a melhorar o Hospício sendo construídas mais dez celas pelo mestre Francisco Pinheiro; 1681 - Lança-se a 1ª pedra do atual convento. Começam a entrar as 1ªs. noviças. D. Antônia de Góes, recolhe-se ao convento doando grande fortuna que permite construir o coro das religiosas pelo mesmo mestre; 1683 - Novas doações possibilitam a construção dos dormitórios; 1687 - Completa-se o total de 50 religiosas autorizadas pelo Rei sem que se concluisse o convento e sem possibilidade de novos dotes. 1695 - Antônio Dias Cabasso contrata execução de retábulo e tribunas; 1702 - Estava sendo terminado o dormitório; 1718 - Carta do M. de Angeja afirma que existiam 50 religiosas e 22 supra-numerárias. Faltava a última quadra para fechar a clausura. 1719/20 - Mestre Manuel Antunes constrói mirante e faz consertos no coro e casa do Capelão. O campanário é provavelmente deste período; 1757/58 - Eusébio de Costa Dourado faz talha da capela-mor e André Francisco de Andrade dois púlpitos e guarnições de portas; 1795 - Já existia a ala esquerda do 2º claustro.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA LAPA
Conjunto de elevado valor monumental, compreendendo convento, igreja, casa do capelão e roça. A entrada do convento é precedida por um vasto pátio, tendo à direita a casa do capelão. O convento se desenvolve em torno de um claustro retangular, com mirante na esquina direita e igreja na extremidade do prolongamento do "quarto" frontal. Além do sub-solo, o convento possui dois pavimentos acima da rua e mirante com mais três pisos. No interior da igreja existem azulejos de decoração barroca de Lisboa, Ca 1740/50. A terminação piramidal da torre é revestida de azulejos brancos nacarados (Lisboa 1785). O teto da igreja, atribuído a Veríssimo de Souza Freitas, possui um painel central muito semelhante ao da igreja da Palma. O altar-mor é de 1755 e foi contratado com o entalhador Antônio Mendes da Silva.
Construção conventual desenvolvida em torno de um claustro retangular, apresentando mirante, elemento encontrado em outros conventos baianos de freiras do séc. XVIII, como o Desterro e Soledade e, anteriormente, utilizados em conventos portugueses do séc. XVI e XVII, de Lisboa, Évora e Ponta Delgada, e na arquitetura civil, especialmente açoriana. Com o conv. do Desterro (final séc. XVIII) ela tem em comum não só o mirante como a planta da igreja com "coro baixo", "coro alto" e acesso lateral. A torre em pirâmide (1785) é um dos exemplos mais tardios desta terminação, que tem seus protótipos na Matriz de Maragogipe e igreja de Santo Antônio da Barra. Seu interior exibe três altares setecentistas. O da capela-mor apresenta baldaquim piriforme na linha dos altares de Monte Serrat, Conceição da Praia e S. C. de Misericórdia. O teto da nave apresenta perspectiva ilusionista de origem italiana, introduzida no país na metade do séc. XVIII. A pintura é atribuída por Querino a Veríssimo de Souza Freitas, e seu painel central apresenta a mesma composição do da igreja da Palma.
Histórico arquitetônico: 1733 - João de Miranda Ribeiro e Manoel Antunes Lima solicitam autorização real para fundar um 2º convento, já que o do Desterro era insuficiente; 1734 - Autorização eclesiástica para a construção; 1744 - Inaugurado o convento em 07.XII, que era destinado às freiras Franciscanas Concepcionistas. Trabalha-se na casa do capelão; 1747 - Doações de pais de religiosas para as obras; 1750 - Preparação do terreno onde se pretende construir nova igreja; 1751 - Tendo sido embargada a obra (igreja) devido à descoberta de trincheiras, manda El Rei vistoriar os terrenos; 1752 - Parecer favorável do sargento-mor Manoel Cardoso de Saldanha à construção, considerando inúteis as trincheiras; 1754 - O portal da igreja, em lioz, chega de Lisboa enviado por José Moreira Leal; 1755 - Autorização do Conselho Ultramarino para continuação das obras. João Francisco Passarinho assume a direção; 1756 - Levantamento desta data existente no A. H. Ultramarino de Lisboa assinala a antiga capela avançando sobre a rua à altura do coro da igreja atual, então em construção. A cozinha, com sua chaminé alentejana, ainda não existia, bem como o corpo da construção que atualmente avança para o fundo; 1767 - O Senado da Câmara permite às religiosas fazerem o seu muro de pedra e cal; 1785 - Vem de Lisboa azulejos brancos para o coroamento da torre, ainda em construção.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA PALMA
A igreja e convento foram construídos sobre o "Monte das Palmas", na 2ª linha de colinas do sítio da cidade do Salvador, em local onde acamparam as tropas luso-espanholas que realizaram o cerco à cidade ocupada pelos holandeses em 1625. O conjunto integra hoje o sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que compreende a praça Ana Neri. A construção de um quartel, em data relativamente recente, na vizinhança do convento, prejudicou-lhe a ambiência e escala. O sítio da igreja é considerado zona de preservação rigorosa (GP-1) pelo art. 113 da Lei Municipal nº 2.403 de 23.08.1972.
Edifício de notável mérito arquitetônico, apesar das modificações introduzidas especialmente no convento, que se desenvolve em torno de um pátio retangular, e foi construído pouco depois da igreja. Esta conserva imagens do século XVII e XVIII como Santo Agostinho e Santa Helena, a última do escultor baiano Bento Sabino dos Reis (1790/1802). Há ainda dois painéis com cenas da vida de Santo Agostinho, em estilo rococó, atribuídos a Veríssimo de Souza Freitas, e teto em perspectiva ilusionista do fim do séc. XVIII, cujo painel central é muito semelhante ao da igreja do convento da Lapa, também atribuído a Veríssimo de Souza Freitas.
Construção conventual desenvolvida em torno de um pátio retangular. A igreja primitiva adotou o partido em "T", formado pela nave, sacristia e consistório, conforme levantamentos de 1711 existentes no Arquivo Histórico Ultramarino. Embora a maioria dos autores acredite que a igreja atual seja posterior a 1778, quando os Agostinianos foram despojados de seus bens pelo governador que converteu o estabelecimento em hospital militar, a comparação da planta atual com o levantamento de 1711 faz acreditar que a igreja seja basicamente a mesma, embora alongada a nave, sub-dividida a sacristia e consistório e acrescida de corredores laterais e tribunas. O partido em "T" foi comum no séc. XVII e adotado em outras igrejas baianas, como N.S. do Loreto (Ilha dos Frades). Sua torre terminada em pirâmide revestida de azulejos (1780) é um dos exemplares mais tardios desta terminação na Bahia. A decoração interna assinala uma transição entre o rococó e o neo-clássico, e reflete em sua desorganização as modificações sucessivas por que passou a igreja. O teto da nave é em perspectiva ilusionista barroca, de inspiração italiana. Por sua semelhança com o da igreja da Lapa, é provável que seja do mesmo autor.
Histórico arquitetônico: 1630 - Segundo placa existente na fachada da igreja, sua construção se deve a voto feito por Bernardino da Cruz Arraes, que se achava gravemente enfermo naquele ano. Quando da invasão holandesa em 1625, ainda não existia a igreja; 1670 - Construção do hospício para receber os missionários da Ordem dos Agostinianos Descalços. Nesta época a igreja foi ampliada.; 1711 - Um levantamento realizado pelo Ten. Gen. Eng. Miguel Pereira da Costa, que se encontra no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa, é enviado à Corte como modelo para a reconstrução da Matriz de Santa Cruz de Cabrália (Ba). O edifício adotava o partido em "T", formado pela nave (20x8m) e capela-mor ladeada por dois cômodos simétricos: a sacristia e o consistório. A igreja tinha uma só porta de entrada e três altares; 1778 - Foram abertas mais duas portas na fachada e acrescido o número de altares; 1780 - Levantada a torre; 1788 - Reformado o hospício e claustro; 1803 - Reformado o altar-mor, cuja imagem é anterior a 1720; 1822 - Os padres Agostinianos retornaram a Portugal. O templo, que praticamente desde 1751 passara à Irmandade do Senhor da Cruz, teve a sua posse confirmada pelas autoridades imperiais a 07 de março de 1829.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DE SANTO ANTÔNIO DA MOURARIA
A igreja situa-se numa das esquinas da rua da Mouraria com a Av. Joana Angélica, antiga rua das Palmeiras. A igreja encontra-se ligeiramente elevada com relação à rua e possuía originalmente grande área lateral e posterior, que foi desmembrada e mais tarde construída. Sua vizinhança é formada por casas e edifício do início deste século, sem maior expressão arquitetônica. A rua da Mouraria, segundo F. Sérvulo Moreira Salgueiro, tem este nome por terem nela habitado os primeiros ciganos que por provisão do Conselho Ultramarino de 11/04/1718 vieram degredados de Portugal.
Edifício prejudicado pela inserção de novos elementos, como o anexo que envolve a capela pelo sul e pelo nascente e alteração da fachada primitiva. Em 1926, possuía ainda via sacra de forma losangular, com "fina pintura" em chapa metálica sobre madeira e duas telas: A Morte do Justo e a Morte do Pecador. Conserva duas barras de azulejos com altura de 1, 90m em toda a extensão da nave, e que estão recobertas, em parte, pelos dois altares do arco cruzeiro. Representam cenas bíblicas e são do tipo mais comum das oficinas de Lisboa no período 1730/40. Possui quatro sinos, sendo o maior datado de 1757 e os outros dois datados de 1885 e 1924.
Capela do primeiro quartel do século XVIII , muito alterada em sua volumetria externa. Sua planta primitiva compreendia nave e capela-mor, tendo ao lado norte a sacristia e escada externa de acesso ao púlpito, coro e torre sineira, e do lado sul, largo corredor lateral superposto pelo consistório, com uma única tribuna. Estes elementos podem ser perfeitamente diferenciados dos acréscimos realizados neste século. A igreja primitiva era uma transição entre as capelas rurais com escadaria externa de acesso ao púlpito e coro, e a nova planta com corredores laterais superpostos por tribunas, que se difundiram nas igrejas matrizes e de irmandade, a partir do século XVIII.
Histórico arquitetônico: 1724 - É colocada a 1ª. pedra em 29/X pelo governador D. Vasco Fernandes César Menezes; 1726 - Conclusão das obras e celebração da 1ª. missa em 12/VI. Nesta ocasião, é criada uma 1ª. irmandade para cuidar da igreja e que foi extinta mais tarde; 1849 - É instalada em 15/II a irmandade de Santo Antônio do Militares, ocasião em que são feitos consertos gerais, compradas alfaias e dois sinos; 1871 - Perde a igreja terrenos no fundo e ao lado; 1894 - A igreja é entregue à Sociedade S. Vicente de Paula, para zelar e instalar obras de caridade; 1901/26 - Neste período a capela sofre contínuas reformas e alterações, dentre as quais a mais grave foi a criação de um anexo que envolveu a capela pelo lado sul e leste e a criação de um 1º andar na ala norte.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO E SANT´ANA
A igreja situa-se na 2ª linha de colinas do sítio da cidade do Salvador, "a cavaleiro" da Baixa dos Sapateiros. A construção é isolada em três lados e situada no eixo de uma ladeira, aberta em meados do século passado. As casas em sua vizinhança são de pequeno mérito arquitetônico, mas volumetricamente aceitáveis. Um grande edifício construído em sua proximidade constitui um precedente perigoso para a ambiência do monumento. O sítio da igreja é considerado zona de simples preservação (GP-2) pelo art. 114 da Lei Municipal nº 2.403, de 23.08.1972.
Edifício de notável mérito arquitetônico. Igreja com corredores laterais e tribunas, tendo ao fundo um ossuário disposto em torno de um pequeno pátio. A atual talha neo-clássica dos altares foi executada no período (1810/1828) por Antônio de Souza Santa Rosa que substituiu o retábulo setecentista de Francisco Gomes Correia e talha da nave de José Monteiro Filgueira. Do mesmo período são os painéis das paredes laterais da nave e batistério (1813/14), de autoria de Antônio Joaquim Franco Velasco, a quem é atribuída também a pintura do teto. Na sacristia, lavabo de mármore português. Dentre a imaginária, destacam-se: imagem de Sant´Ana, de 1752, existente no altar do consistório e crucifixo em marfim.
Uma das mais curiosas igrejas de Salvador. Sua planta procura conciliar a planta típica das matrizes e igrejas de irmandade do começo do séc. XVIII - nave única e corredores laterais superpostos por tribunas - com a planta jesuítica romana (Gesu), de cúpula no cruzamento do transepto, mas eliminando as capelas laterais. Desta tentativa resultou um transepto extremamente curto, e separado da nave pelo arco cruzeiro. A fachada, que é de meados do século XVIII pela sua composição e forma das janelas, denota influência de Lisboa e tendência em direção ao espírito arquitetural que anunciaria o neo-clássico. Esta tendência, que também se nota nas igrejas que receberam componentes de Lisboa, como Conceição da Praia e N. S. do Pilar, não teria continuidade naquele século na Bahia, só reaparecendo no começo do séc. XIX nos interiores. Deste modo, o frontão da igreja, de desenho mais caracterizadamente rococó, deve ser posterior ao resto da fachada, segundo Bazin. O coroamento da torre, que se assemelha às coberturas à Mansard, como nas igrejas do convento do Carmo e Pilar é também influência da Lisboa Pombalina. O interior é neo-clássico.
Histórico arquitetônico: 1744 - A confraria do SS. Sacramento da Paróquia de N. S. do Desterro decide construir uma nova igreja que seria erigida como matriz. Como o Arcebispo, D. José Botelho de Mattos, indeferiu a construção, recorreu-se a D. João V, que despachou favoravelmente; 1746 - A Mesa delibera sobre a construção, para a qual foram compradas três casas na rua Tinguí; 1747 - Construção em andamento sob a direção do Irmão Felipe de Oliveira Mendes; 1752 - Translação do SS. Sacramento para a nova matriz; 1753 - Carta real de 21/XI concede recursos para a conclusão da capela-mor; 1754 - Contratado o engenheiro Felipe de Oliveira Mendes para a execução do frontispício. Continuam as obras no interior da igreja; 1760 - Vistoria da fachada pelos mestres Eugênio Motta e Henrique da Silva, que a consideram perfeita; 1816/28 - Substituição da talha barroca por neo-clássica; 1827/28 - José da Costa de Andrade contratou trabalhos de pintura e douramento da igreja e mais oito telas para a sacristia; 1846 - Concluída a porta principal e grades de ferro corridas das tribunas; 1855 - Abre-se a ladeira em frente à igreja.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE E GLÓRIA
Situada na 2ª linha de colinas do sítio de Salvador, em local antigamente conhecido como Alvo. A igreja está isolada em três lados e se abre para um largo para onde convergem cinco ruas. Os sobrados que compõem a praça - séc. XIX - estão muito deteriorados e modificados. A igreja integra o sítio da Saúde, tombado pelo IPHAN (GP-1) e considerado zona de preservação rigorosa (GP-1) pelo art-103 da Lei Municipal nº 2.403 de 23.08.1972.
Edifício de notável mérito arquitetônico. Igreja de nave única, com corredores laterais e tribunas. Possui na parte baixa das paredes da nave e capela-mor importantes painéis de azulejos de Lisboa, da época de 1780/90, representando os quatros Evangelistas, os dois doutores da igreja, Coração de Jesus e N. S. das Dores. Forro pintado de autoria de Domingos da Costa Filgueira.
Planta característica das igrejas baianas do começo do século XVIII, com corredores laterais e tribunas superpostas. Esta planta, porém, ainda não apresenta a sacristia transversal e é um desenvolvimento natural do partido em "T", adotado no séc. XVII. Como outras igrejas baianas do mesmo tipo, ela se inscreve num retângulo perfeito (vide S. Francisco de Paula, S. Bartolomeu de Pirajá, Aflitos, etc. Frontispício rococó (séc. XIX) de época tardia e terminações das torres (séc. XIX) iguais à da igreja da Penha, isto é, em forma de pera embrechada de louça, apoiada sobre cornijas arqueadas, elemento provavelmente inspirado nos frontões curvos da torre da igreja do Passo. Possui na nave um dos primeiros tetos (1769) de concepção ilusionista barroca, realizado na Bahia e de autoria de Domingos da Costa Filgueira. Estes tetos foram introduzidos no Brasil no final da primeira metade do século XVIII, e tem sua origem na igreja de Santo Ignácio de Roma, pintados em 1694 pelo jesuíta André Pozzo. Seus altares são neo-clássicos.
Histórico arquitetônico: Construída em terras do Ten. Cel. Manoel Ramos Parente e sua mulher, e fundada por este no local conhecido como Alvo; 1723 - Colocada a 1ª pedra pelo Vice-Rei D. Vasco Fernandes Cesar Menezes; 1724 - Pronta a capela-mor, sacristia e tribunas. Foi celebrada a 1ª missa; 1769/70 - Incumbe-se ao mestre entalhador Antônio Roiz Mendes retificar o retábulo da capela-mor e ao pintor Domingos da Costa Filgueira executar o teto da nave e sacristia, a pintura debaixo do coro, dos painéis para as paredes laterais da nave, douramento de três altares, pintura das tribunas e sanefas e encarnação de imagens; 1814/27 - Substituição de toda a talha existente por nova executada por Francisco Hermógenes de Figueiredo; 1841 - Decadência do culto; 1844 - Revestimento em mármore do piso da igreja, sacristia e corredor direito; 1887 - Culto suspenso. Igreja em obras: Restauração interna, construção do adro com piso em mármore, gradil e portão de ferro; 1889 - É reaberta ao culto.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
 
 
 
 
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