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RIO VERMELHO

O Rio Vermelho é um desses lugares especiais cheios de lendas e histórias. A mais antiga delas talvez seja a do naufrágio de Diogo Álvares Correia, o Caramuru que naufragou por lá em 1510, conseguindo salvar-se pelo amor que despertou na filha do chefe Itaparica. O episódio acabou resultando no batismo do seu principal largo, o Largo da Mariquita, que em tupi guarani significa naufrágio. Suas histórias podem ser literalmente histórias de pescadores, que escolheram ou foram escolhidos pelo bairro para abrigar a sua colônia de pesca. No mar do Rio Vermelho, Iemanjá, Rainha das Águas é celebrada com devoção no dia dois de fevereiro numa festa que atrai multidões, numa prova concreta da devoção e fé do povo baiano. O Rio Vermelho, batismo de sangue que atravessou o Rio das Tripas trazendo os sinais vitais do Mosteiro de São Bento, é um patrimônio da cidade. Um bairro com o cheiro do dendê de Dinha, Regina e Cira, cheio de boemia, fé, lendas e histórias que resume todo o espírito soteropolitano.

 

 
Área
ORLA ATLÂNTICA
 
Depoimentos
“No caso do Rio Vermelho, há a considerar o seguinte: “camarajibe”. “Camarajibe” é um nome que foi transformado pelo uso popular em “camurujipe”. “Camarajibe” é rio dos camarás. Quem conhece camarás aqui? Ninguém mais conhece, todo mundo é do asfalto. É uma florzinha vermelha, abundantíssima, antigamente tinha demais aí, na cidade. Rio das florzinhas vermelhas, rio vermelho, daí nasce o nome do rio que foi propriedade da casa de Ibiza. Propriedade de Manoel Inácio da Cunha Menezes, que ganhou de sesmaria a terra que vai dali, da Mariquita até a sede de praia do Bahia, daí para dentro, a mesma coisa. Morou numa casa que eu ainda conheci e aqui, aqui ninguém conheceu, todo mundo é menino. Foi durante muito tempo sede do Aeroclube da Bahia, depois foi demolida e agora fizeram lá, aquela coisa. Ali estava a sesmaria de Manoel Inácio da Cunha Menezes do rio Vermelho.” (Cid Teixeira)
www.cidteixeira.com.br
 
Na Mídia
:: CONHECE TUA CIDADE
A TARDE, 15.04.1959, Caderno 1, José Valladares
:: ARTE EM RITMO DE CARNAVAL NO LARGO DA MARIQUITA
A TARDE, 18.02.2006, Local, p.6, Cristina de Moraes
:: ASSIM EU VI O RIO VERMELHO
A TARDE, 24.04.1990, Caderno 2, p.1, Cid Teixeira
:: FESTA DAS ÁGUAS
A TARDE, 26.04.2005, Caderno 2, p.2, Eduarda Uzêda
:: PROGRAMA LEGAL
CORREIO DA BAHIA, 25.10.1997, Caderno 2, Jean Wyllis
:: BLOCO DO LERO LERO MANTÉM TRADIÇÃO
CORREIO DA BAHIA, 28.01.2002, Aqui Salvador, p.2
:: RIO VERMELHO A MORADA DA DONA DO MAR
JORNAL DA BAHIA, 09.09.1974, Caderno 2
:: A SUA CIDADE – LARGO DA MARIQUITA
TRIBUNA DA BAHIA, 06.05.1987, Cidade, p.4
:: VILA MATOS AINDA TEM CADEIRAS NA VARANDA
TRIBUNA DA BAHIA, 06.05.1987, Cadeno 1, p.2
:: TRANQUILIDADE E BOEMIA O ANO INTEIRO
TRIBUNA DA BAHIA, 29.10.2001, Cidade, p.11, Adriana Patrocínio
:: QUEREMOS APENAS UMA IGREJA QUE ATENDA ÀS NECESSIDADES DA PARÓQUIA
A TARDE, 12.02.1959
:: PÁROCO DO RIO VERMELHO NÃO DEMOLIRÁ IGREJA
A TARDE, 26.05.1963, Caderno 1, p.2
 
Atrativos
-IGREJA MATRIZ DE SANTANA DO RIO VERMELHO
Situa-se a igreja no centro de um largo, num antigo bairro de pescadores e veraneio, o Rio Vermelho. Sua vizinhança é formada por construções do séc. XIX já muito alteradas.
Arquitetura menor, de valor principalmente ambiental. A pequena igreja está ligada ao sincretismo religioso afro-brasileiro. Segundo uma lenda, certo dia Yemanjá caiu em uma rede da próspera pesca do Xaréu. Sem refletir, o pescador-chefe levou-a, à força, à capela próxima onde se celebrava a missa. Humilhada e envergonhada, ela chorou todo o tempo, sendo depois solta. Após esta data, nunca mais houve peixe no local, apesar dos presentes que os pecadores lhe oferecem todos os anos. Tendo sido construída uma nova igreja em sua proximidade, foi retirado da mesma o culto religioso e transformada no Centro Social Monsenhor Amílcar Marques, onde são dados cursos profissionalizantes e assistência médica. Altares e imagens foram retirados.
Igreja inconcluída provavelmente da 1ª. metade do século XIX. Seu projeto segue o modelo adotado nas igrejas matrizes de irmandades a partir do início do séc. XVIII, isto é, corredores laterais superpostos por tribunas. Este projeto, porém, não foi concluído, mas os vãos entaipados das tribunas do lado esquerdo podem ser identificados em seu interior. Em seu estado atual parece ter sido construída em duas etapas. A primeira, compreendendo: nave, capela-mor e sacristia. A segunda, compreendendo um corredor lateral desproporcionado, superposto por sótão. Esta segunda etapa parece um arranjo destinado a ganhar espaço, face à dificuldade de concluir o plano primitivo. A nave apresenta dois altares laterais embutidos sob arcos de descarga, reminiscências das antigas capelas laterais da planta jesuítica luso-brasileira tradicional. Sua fachada é formada por dois corpos. O correspondente à nave é terminado por um frontão rococó tardio. Não há vestígios de torre.
Histórico arquitetônico: Tomé de Souza doa ao Conselho e Câmara do Senado da Cidade uma sesmaria, para o povo, neste local. Surgem aí os primeiros currais e armações de pesca. Mais tarde D. Marcos Teixeira, regressando de Abrantes (Espírito Santo) e investido do cargo de Capitão-mor, organizou a resistência à invasão holandesa de 1624. Com o passar dos anos surgem dois pequenos povoados: A Paciência e a Mariquita. Durante o período que coincide com a guerra do Paraguai (1864-1870), surge entre os dois lugares um terceiro, hoje conhecido como largo de N. S. de Santana, onde se encontra a igreja e as fundações de um baluarte que não chegou a ser concluído.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
 
 
 
 
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