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ITAPUÃ

Itapuã significa “pedra de ponta” ou “ponta de pedra” e não “pedra que ronca”, como muitos acreditam. (...) Seu batismo, de origem tupi, é formado pela aglutinação dos vocábulos indígenas ita e apuã [ts]. Historicamente, há notícias dele desde o século XVI, quando Gabriel Soares de Sousa registrou em Tratado Descritivo do Brasil, em 1587: “Esta ponta é a que na carta de mareas se chama Lençóis de Areia, por onde se conhece a entrada da Bahia”.
Os indígenas, primeiros habitantes do local, já o chamavam de Itapuã. Alguns relatos contam a chegada da fé católica numa terra dominada pelas práticas pagãs, como a lenda da aparição de São Francisco Argoin e a lenda da Pedra de São Tomé. Outros relatos falam que Itapuã era parte de uma enorme fazenda, cuja posse até hoje provoca discussões. O que se sabe com certeza é que as terras de Itapuã já foram chamadas por vários nomes, e eram arrendadas pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição até a década de 1950. Como é comum acontecer em Itapuã, a origem do bairro está relacionada às diferentes narrativas que se contradizem e se completam, e que algumas vezes fazem parte dos muitos mistérios associados ao lugar.

 

 
Área
ORLA ATLÂNTICA
 
Depoimentos
"Não só Itapuã, como toda a cidade, progrediu, porque vejo Salvador como uma só. Na cidade, uma parte é mais soft, outra é light, outra é meio invasão, mas a cidade é uma só."
"Quando a gente chega aqui, é como se estivesse fora da cidade, porque Itapuã tem suas características próprias. Tem suas belezas naturais, suas lindas praias, seus coqueirais, suas areias. Itapuã é um estado de espírito."
"Na década de 70, Itapuã ainda não tinha um movimento negro organizado, foi o malé que trouxe isso. Raramente você via uma mulher negra com os cabelos trançados, era mais espichado. Os próprios negros diziam: Pô, graças a deus, minha filha casou com um branco, vai limpar a raça, vai limpar a barriga, coisas totalmente equivocadas.
"Na minha ótica, Salvador é uma das cidades mais lindas do planeta. Me sinto muito feliz aqui."
"É uma cidade ordeira, hospedeira, que brilha, iluminada; que tem matas, águas, sabe? Uma cidade diversificada, com um clima bom."
Joselito Araujo - Malê de Balê - Itapuã
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Espero que Salvador continue sendo um guarda chuva hospedeiro que tem como maior bandeira a contradição. Essa coisa de comer acarajé com coca-cola, é isso que garante o movimento."
Cícero Antônio - Malê - COOMBA - Itapuã
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Salvador é protegido pelo Senhor do Bom Fim, e ele que tome conta de tudo."
Luiza Portela Costa - Liderança cultural de Itapuã
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)

"Esse Abaeté aqui não era nada, essa era uma área despovoada. Hoje, o transporte pra cá leva 30 a 40 minutos, mas antigamente só tinha ônibus aqui no final de semana. Aqui, era considerado até área de veraneio, como uma Itaparica, um Morro de São Paulo. As pessoas vinham da cidade e alugavam a casa por três meses para veranear. Agora não, são moradores fixos, é um bairro mais do proletariado."
Ednaldo Paiva Cristo - Clube Dominó - Itapuã
(Quem faz Salvador, 2002, Cd-Room, Ufba)
 
Na Mídia
:: ITAPUÃ MANTÉM TRADIÇÃO E FAZ LAVAGEM COM MUITA FÉ E ALEGRIA
A TARDE, 05.02.1999, Caderno 1, p.5, Ja
:: ITAPUÃ É UMA FESTA
A TARDE, 22.07.67, Caderno 1
:: É ESPLÊNDIDA A NATUREZA; O PODER PÚBLICO, DISPLICENTE
A TARDE, 24.12.1958, Caderno 3
:: NOVA ESTRADA PARA ITAPOAN
A TARDE, 26.12.1940
:: EM ITAPUÃ, PRAÇA TERÁ O NOME DO POETA VINÍCIUS
CORREIO DA BAHIA, 22.07.1980
:: BERÇO DE INSPIRAÇÂO
CORREIO DA BAHIA, 26.04.1997, p.14, Andréa Nascimento
:: DOCES MISTÉRIOS DE ITAPUÃ
JORNAL DA BAHIA, 25.01.1995, Caderno 3, p.8
:: ITAPUÃ, ONDE SALVADOR VAI MAIS LONGE
JORNAL DA BAHIA, Setembro de 1978
 
Atrativos
- PRAIA DE ITAPUÃ
A praia de Itapuã dista cerca de 35 Km do centro de Salvador. É uma praia de águas tranqüilas, boa para canoas e jangadas, com areia grossa e uma bela visão da cidade, ao longe. Por ser cercada por uma barreira natural de recifes, antes da existência do Farol costumavam acontecer vários naufrágios na região.

- PRAIA DO FAROL
Perto do Farol, a praia também é conhecida por algumas letras, que eram as antigas denominações das ruas da área, como Rua K e Rua J. O mar é cheio de pedras, podendo formar piscinas naturais ou se tornar agitado conforme a maré. A praia do Farol é porto de barcos, e também o local preferido dos surfistas.

- PRAIA DE SÃO TOMÉ
Hoje conhecida como “Praia de Piatã”, essa praia tinha o antigo nome de “Praia de São Tomé” por causa de uma lenda relacionada à aparição do santo no local. Desde muitos anos, essa praia é freqüentada por religiosos, que visitavam a capela (hoje extinta) e o cruzeiro que existe perto dos coqueirais.

- COQUEIRAL
A beleza e a sombra dos coqueirais de Itapuã, citados nas obras de Dorival Caymmi e Vinícius de Morais, eram um atrativo a mais que ornava toda a extensão da Praia de Itapuã até a Praia de São Tomé. Hoje, boa parte desse coqueiral se encontra desmatado. A presença do coco em abundância influenciou a gastronomia local, desde o preparo da moqueca até às guloseimas, como o beiju e a cocada.

- LAGOAS
A Lagoa do Abaeté é um dos ícones mais sagrados de Itapuã, havendo diversas lendas a seu respeito. Por muito tempo, a lagoa foi uma das principais fontes de renda das pessoas do bairro, que a usavam para pescar e lavar roupas, além de ser um lugar onde até hoje acontecem diversas manifestações artísticas e religiosas. A lagoa tem águas escuras em forma de um funil. Segundo moradores, possui diferentes níveis de temperatura que não se misturam: em cima, a água tem temperatura natural; no meio, a água é quente e, no fundo, é gelada. Seu fundo, formado por sedimentos e areia, costuma ser descrito como “pegajoso”. Antes, a Lagoa era rodeada por frondosos cajueiros e outros tipos de árvores que foram desmatadas com o tempo. Devido às construções que começaram a se erigidas em seu entorno e à mudança do seu ecossistema, a Lagoa tem diminuído de tamanho progressivamente. Além da Lagoa do Abaeté, outras famosas na área são: a Lagoa Dois-Dois, uma lagoa temporária que apresenta água transparente, a Olhos D’Água e a Cacimba, que viraram posteriormente nomes de rua, e a Barragem, que era a antiga fonte de água potável para a região. Outras lagoas são: Urubu, Abaeté - Catu, do Toco, das Trincheiras, dos Pombos, das Casas, do Core, da fonte da Praia, dos Milagres e do Canal.

- DUNAS
São depósitos que tiveram origem há milhares de anos, com a participação dos movimentos do mar, dos rios e do vento. A areia alva e fina das dunas costumava cobrir boa parte do solo de Itapuã. Além disso, ainda hoje vão além dos limites da cidade, fazendo divisa com o município de Lauro de Freitas, área pertencente à Aeronáutica, podendo ser vista sua extensão pela Praia do Flamengo. Por causa do número de construções que têm sido feitas na área, o tamanho das dunas diminuiu consideravelmente e, por causa da mudança do ecossistema, boa parte da área também está coberta pela vegetação.

- MORRO DO VIGIA
O morro, considerado um dos pontos mais altos de Itapuã, constituía-se em um atrativo natural que possuía uma vegetação exuberante, sendo um ponto de observação para verificar a chegada de embarcações, além de ter servido como ponto de referência do bairro. Hoje, grande parte de sua área já foi invadida.

- PEDRAS
A “Pedra que Ronca” é a mais famosa das pedras de Itapuã. Localiza-se nas proximidades da rua K, perto do Farol de Itapuã. Contam as lendas que, antigamente, quando as ondas batiam nessa pedra, ouvia-se um barulho assustador, semelhante a um ronco, que fazia as pessoas se esconderem nas
suas casas. Muitas pessoas, inclusive, defendem a idéia de que “pedra que ronca” seria o significado original da palavra “Itapuã”. A Pedra da Beraba e Pedra da Sardinha ficam localizadas nas proximidades da Av. Dorival Caymmi, cerca da Pedra Redonda: esta localiza-se próxima ao monumento da Sereia. A Pedra Goodyear está localizada perto Colégio Estadual Lomanto Junior e é também conhecida como “Diogo Dias”. A Primeira Pedra (Itapuã Grande) e a Segunda Pedra (Itapuã pequena) ficam situadas nas proximidades do Farol. Piraboca: é a pedra em que foi erguido o Farol. Ainda é possível encontrar outras pedras no trecho Itapuã-Boca do Rio, como: Amendoin, Tanhaçu, Cabeça de Nego, Pedra do Sal, Escorrega e Cai, Alentáceos, Vermelha e São Francisco.

- FAROL
Quinto farol a ser erguido na Bahia, e quadragésimo segundo no Brasil, o Farol de Itapuã foi erguido sobre a pedra de Piraboca, em 07 de dezembro de1873. Servindo como um orientador aos navegantes, o farol tem 21 metros de altura, e pode ser visto desde a distância de 14 milhas. Uma vez que essa área é cercada por recifes, essa orientação é fundamental para proteger as embarcações do risco de naufrágio. A Torre do Farol já foi roxo-terra, depois branca e laranja e, por fim, desde a década de 50, a torre é vermelha e branca. Com o tempo, o primitivo equipamento foi sendo substituído por tecnologias mais modernas: em 1923, o Farol recebeu o eclipsor que acende e apaga automaticamente e, a partir de 1939, passou a contar com uma válvula solar. Hoje, com 132 anos, o Farol de Itapuã continua sendo um importante referencial de patrimônio material e cultural do bairro.

- PARQUE METROPOLITANO DO ABAETÉ
A primeira tentativa de preservação dessa área ocorreu em 1987, com a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Lagoas e Dunas do Abaeté. O Parque Metropolitano do Abaeté, por sua vez, foi criado em 1993, com uma estrutura que contém como núcleo central um Centro de Atividades, a Casa das Lavadeiras e a Casa da Música, além de 2km de vias para caminhada,17
quiosques, dois estacionamentos, um terminal turístico para ônibus e um playground para as crianças brincarem.

SEREIA DE ITAPUÃ
Um dos principais símbolos do bairro, o monumento da sereia está localizado em um ponto central, no cruzamento entre as Avenidas Otavio Mangabeira, Dorival Caymmi e a Rua Aristides Milton. O monumento foi construído pelo artista plástico Mario Cravo em homenagem aos pescadores e aos elementos que identificam o mar. A sereia mede aproximadamente 1,5m, é feita de ferro
batido, pintada de prata e assentada em uma pedra de granito. O monumento foi instalado em 1958, quando existia uma placa escrita “Bem vindo a Salvador” em 5 idiomas (português, francês, alemão, inglês e italiano). A placa e a sereia foram retiradas com o projeto de Valorização da Orla, sendo reposta depois de seis meses apenas a sereia.

- ESTÁTUA DE BRONZE DO POETA VINICIUS DE MORAES
A estátua foi encomendada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) ao artista plástico Juarez Paraíso, que contou com a participação de Márcia Magno, Renato Viana e Paula Magno na obra.

- MONUMENTOS DE CALASANS NETO
Trabalhos de Calasans Neto, artista plástico e morador de Itapuã, enfeitam o popular “Largo de Cira” ”, em frente ao shopping Quiosque de Janaína, com uma praça no final da rua que leva o nome do artista.

LARGOS E PRAÇAS

- PRAÇA DORIVAL CAYMMI
Foi inaugurada, em 1953, em homenagem ao músico e compositor Dorival Caymmi, que deu visibilidade ao bairro com suas canções. A praça é um dos lugares mais movimentados do bairro, e localiza-se entre a rua Aristides Milton e a rua Genebaldo Figueiredo, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã.

- PRAÇA VINICIUS DE MORAES
Inaugurada em 2003, na área do Farol de Itapuã, perto de onde o poeta e compositor costumava morar, a praça foi idealizada para servir à comunidade do bairro como um espaço público de lazer e cultura. Possui jardins, dez bancos de madeira e piso de concreto, paralelepípedos e detalhes em granito.
Além disso, existem dez totens com as letras de suas músicas mais importantes e trechos de poemas famosos do poeta, além de uma pequena biografia e monumento em sua homenagem.

- PRAÇA ÁUREA TEIXEIRA BARBOSA
A praça fica em frente ao Mercado de Itapuã e foi construída em 2004, quando a Feira de Itapuã foi deslocada para a Nova Brasília. Apesar de possuir bancos de madeira e concreto, atualmente a praça funciona mais como um ponto de passagem para as pessoas que se deslocam naquela área, que possui um comércio movimentado.

- PRAÇA CARLOS BASTOS
Mais antigo morador da Pedra do Sal, o artista plástico, Carlos Bastos, foi homenageado com uma praça que leva o seu nome. A praça Carlos Bastos é hoje conhecida pelo monumento que o próprio artista fez há 10 anos. A escultura começou a ser feita em 1994, sendo concluída em 2002.

- LARGO DO JENIPAPEIRO
Nas proximidades do Largo do Jenipapeiro, existem diversas construções da época em que o bairro era só um pequeno arraial. Na rua Manuel Lisboa, por exemplo, existe uma casa construída em 1949, cujo primeiro morador se chamava Avibal Agripino Bragança. O morador atual da residência se chama Antonio Martins.

IGREJA E RELIGIÃO

- CAPELA DE SÃO FRANCISCO
A Capela foi erguida no século XVIII por ordem de Francisco Dias D’Ávila, para abrigar a imagem de Santo Antônio Argoin, que apareceu entre os destroços de um naufrágio na região. Situada no cemitério de Itapuã, que fica na atual Vila dos Sargentos, a capela continua sendo freqüentada, embora os fiéis não mais realizem Lavagens e Procissões em homenagem a São Francisco, como no passado.

- IGREJA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE ITAPUÃ
Localizada onde hoje é a praça Dorival Caymmi, a principal igreja de Itapuã começou como uma capela de pescadores, em 1625, ganhando a categoria de “paróquia” somente em 1815. A Igreja é um dos mais importantes patrimônios históricos e culturais de Itapuã, com valiosas imagens de Santo Antônio, Nossa
Senhora da Conceição da Praia de Nossa Senhora de Sant’Ana. Ainda possui, como dependências, a Capela Sagrado Coração, localizada na rua Juiz Orlando Melo, e a Capela Santo Padre Pio, situada na Vila dos Sargentos.

ESPORTE

- CENTRO COMUNITÁRIO ESPORTIVO DE ITAPUÃ
O espaço do Centro Comunitário era inicialmente chamado de Campo de Itapuã. Na década de 80, passou a se chamar Estádio de Futebol de Itapuã. Por fim, há cerca de cinco anos, o espaço ganhou o nome atual. Nele se concentram atividades de caratê, capoeira, boxe, tae-kwon-do, ginástica e futebol, entre outros, atendendo a um público de idade diversificada. Aos domingos, o centro disponibiliza suas atividades para a comunidade.

- CASSAS
Além de desenvolver atividades esportivas para os associados, o clube também aluga seu espaço para a realização de eventos, e desenvolve atividades junto à paróquia de Itapuã. Entre as atividades esportivas disponíveis para os associados, destacam-se hidroginástica, natação, caratê e futebol, e cujo acesso se dá através do pagamento de uma taxa preferente a cada uma dessas atividades.

- FEDERAÇÃO DE LUTA OLÍMPICA DO ESTADO DA BAHIA
A Federação surgiu a partir de um grupo de amigos que se reunia para lutar boxe, utilizando uma garagem de sua casa para realizar os treinos. Atualmente possui uma sede própria, localizada na Travessa do Jenipapeiro, e conta com o apoio de Minotauro, um dos grandes campeões em Vale Tudo. Esse espaço atende desde crianças a adultos, e, recentemente, foi construída uma sala especialmente projetada para trabalhos sociais com crianças de escolas municipais das proximidades.

FESTEJOS

- LAVAGEM DE ITAPUÃ
Este é um momento especial para o bairro. Fanfarras passam pelas ruas, os mais animados já arriscam os primeiros passos de danças de carnaval, e, em frente à Igreja da Nossa Senhora da Conceição, as baianas lavam as escadarias e o batente do templo. As portas da Igreja ficam fechadas, enquanto os adeptos da fé sincrética fazem uma verdadeira faxina na entrada do prédio, na verdade, uma faxina espiritual. Não muito longe dali, há uma extensa fila de trios elétricos, que começam a passar o som. Isso já constitui um show à parte. Muita gente fica olhando as carretas, esperando ver um artista ou banda famosos. A festividade teve início há cerca de 100 anos. Nasceu de uma homenagem anual que os pescadores faziam a Yemanjá, divindade de origem ketu sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. A partir da década de 50, a festa começou a ser influenciada pelo carnaval, algo que a fez sobreviver até os dias de hoje, como uma data festiva que mora no limbo entre o sagrado e o profano. A festa, como o Carnaval, não tem data certa para acontecer, varia em função do calendário religioso, mas ocorre sempre nas primeiras semanas do ano, antes da folia momesca.

- CARNAVAL DE ITAPUÃ
Itapuã sempre fez o seu próprio carnaval. Blocos como Os Tabaréus, Os Ridículos e o Peruca de Boi fazem parte das lembranças dos foliões “itapuãnzeiros”. Com o passar do tempo, o carnaval de Itapuã passou a concorrer com o carnaval do centro da cidade, o que fez a festa mudar de perfil. Atualmente, a folia ocorre em palco armado no Parque do Abaeté. Diversas correntes culturais do bairro têm projetos para que o carnaval volte para a praça, dada a centralidade e a tradição de se realizar a festa no local, em frente à Igreja da Nossa Senhora da Conceição.

- FESTA DA BALEIA
A Festa da Baleia foi idealizada em 1987 pelo compositor e escritor Waly Salomão, com o objetivo de resgatar uma parte importante da história do bairro através da alegoria visual. A baleia foi escolhida por ter sido o pilar da primeira atividade econômica relevante de Itapuã, e por ser, também, um símbolo da preservação ambiental. A Festa começa no sábado de carnaval, quando é representada a chegada de uma baleia feita de papel, madeira e tecido, réplica de um filhote da espécie Jubarte. A baleia chega de barco, conduzida pelos pescadores, e segue em cortejo até o lugar onde ficará exposta. Na quarta-feira de cinzas, a Baleia retorna ao mar, com um cortejo liderado pelo bloco afro Male Debalê.

- MISSA DO ANZOL
Todo ano, no dia 29 de junho, Itapuã acorda sob o pipocar de fogos. É o início de uma expectativa para o recomeço de uma tradição que se repete há dezenas de anos. Trata-se da Missa do Anzol ou de São Pedro. É a data comemorativa do dia dos pescadores e de seu santo padroeiro. Como reza a tradição, o 29 de junho é o dia de São Pedro dividir o altar com Nossa Senhora da Conceição, pelo menos até sair carregado em procissão marítima até à maior colônia de pescadores de Salvador, a Z-6, localizada no bairro. O percurso não é tão longo. São apenas cerca de 500 metros da Igreja até o barracão da colônia. A imagem do santo fica no barracão por dois dias. Nesse período, os fiéis se revezam em rezas e agradecimentos pelas graças alcançadas. O evento conta com a colaboração do grupo das ganhadeiras, que se juntam aos pescadores pedindo graças a São Pedro. Talvez a maior graça que poderia ser alcançada fosse uma maior generosidade do mar. A pesca, a cada ano, vai ficando mais escassa.

- PRESENTE DE OXUM
O presente de Oxum ocorre todo ano no mês de outubro. São centenas de devotos e foliões que acompanham pelas ruas do bairro o cortejo do balaio, com oferendas para a orixá de origem Ketu. Nos últimos anos, a obrigação tem sido realizada pelo terreiro mina-jêge Guerebetan Soagboadã, dirigido pelo pai-de-santo Zé de Bessém, em Nova Brasília de Itapuã. A parte da festa aberta ao público tem início pela manhã, quando os fiéis entoam cânticos à orixá da água doce, dançando em sua homenagem em volta do balaio com as oferendas.
A partir daí, ganham as ruas da Nova Brasília e descem a Ladeira do Abaeté. Lá, novamente são entoados cânticos religiosos e depois, durante o intervalo para o almoço, há samba-de-roda e muita folia: afinal é momento de celebrar. Mais tarde, lá pelas 16 horas, o presente é depositado no meio da lagoa, pelo pessoal que nada até chegar à profundidade de cinco metros, onde tradicionalmente o presente é colocado. O presente de Oxum se perde na tradição oral do bairro, sendo tão antigo quanto este. Outros eventos religiosos têm ganhado força na lagoa, como o batismo realizado por várias igrejas evangélicas, em ocasiões que chegam a reunir três mil pessoas.

ARTES

-MALÊ DE BALÊ
Fundado em 1979 por um grupo de moradores do bairro de Itapuã. O nome do bloco é uma homenagem aos Malês, negros muçulmanos que lutaram contra o processo de escravidão e constituíram uma comunidade de resistência ativa na Bahia. O Malê tem na sua percussão e na sua dança um elo forte com a tradição cultural afro, mesclada com o viver popular e o mental coletivo contemporâneo de sua comunidade.
 
 
 
 
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