:: Avisa Lá Salvador ::
:: Avisa Lá Salvador ::
ILHA DOS FRADES/ PARAMANA

A Ilha dos Frades mede cerca de duas léguas de comprimento e reúne nessa dimensão grande número de atrativos: portos seguros, praias lindas, povoados curiosos, ruínas de aristocráticos casarões e dois monumentos religiosos da melhor qualidade: a Igreja de Nossa Senhora do Loreto do Boqueirão e a Capela de Nossa Senhora do Guadalupe. A ilha chama-se "dos Frades" porque no princípio do Descobrimento do Brasil, religiosos que escaparam do naufrágio de um navio ali se abrigaram, sendo, contudo, devorados por índios canibais que nela habitavam. A ilha foi entreposto de escravos que ali cumpriam quarentena. Uma das suas áreas funcionou como lazareto (leprosário). Foi também lugar de repouso e meditação dos jesuítas. Conta uma de suas lendas que lavadeiras viram um padre conversando com passarinhos que esvoaçavam sobre sua cabeça.

(Texto adaptado da reportagem “ Especulação ameaça a beleza e história da ilha” de José Augusto Berbert, A TARDE, 11.01.1978)

 

 
Área
SUBÚRBIO
 
 
Na Mídia
:: ILHA DOS FRADES DEVE SER PRESERVADA
A TARDE, 09.05.82, p. 1, José Augusto Berbert.
:: LUZ NA BAÍA
CORREIO DA BAHIA, 29.11.2002, Mateus Ribeiro
:: ILHAS DE MARÉ E DOS FRADES SÃO VISITAS OBRIGATÓRIAS
CORREIO DA BAHIA, 2002
:: ILHAS, ILHAS E ILHAS
A ATRDE, 18.03.2005, caderno.Fim de Semana, p.02, Laura Dantas.
:: VISITAR ILHAS É BOM PROGRAMA
A TARDE, 02.10.2005, caderno. Lazer, p.05, Ana Lúcia Andrade.
 
Atrativos
-CAPELA DE NOSSA SENHORA DO LORETO
A capela situa-se na Ilha dos Frades, em uma pequena ponta que avança para o boqueirão, por onde passam os saveiros e petroleiros que se destinam ao Recôncavo ou ao terminal de Madre de Deus. Notável implantação paisagística. A igreja está protegida das águas por um cais que serve para a atracação de pequenas embarcações. Não existem construções em sua vizinhança.
Edifício de notável mérito arquitetônico. Uma das mais graciosas e pitorescas igrejas baianas. Em sua fachada estão fixadas duas placas alusivas à construção e reforma da igreja. Na cobertura pode-se contar cinco coruchéus de grande porte. O altar atual é um arranjo de elementos neo-clássicos, provavelmente trazidos de outro local.
Esta capela adota o chamado partido em "T" formando pela nave, capela-mor, sacristia e consistório. A ampliação da sacristia, provavelmente no séc. XVIII, não chegou a alterar o partido. Esta planta, muito usada no séc. XVII, foi adotada na primitiva Igreja da Palma, mas estava ainda em voga no começo do século XVIII, pois em 1711 fora recomendada para a reconstrução da Matriz de Sta. Cruz de Cabrália (Ba.). Ela apresenta, como muitas capelas rurais da época, escada externa sobre abóbada, de acesso ao púlpito e coro. Esta solução permitiu manter o acesso lateral à nave sob a escadaria. Sua graciosa fachada data da metade do séc. XVIII, quando a igreja foi reformada. Ela é uma tentativa engenhosa de adaptação da fachada com duas torres, então em moda, a uma capela sem corredores lateral do séc. anterior. As sineiras, que são, na verdade, do tipo arcada, porém em ângulo, sugerem torres terminadas por bulbo. Deste modo, sua elegante fachada unitária consegue superar a composição tripartida das igrejas do séc. XVIII. O frontão sem entablamento da fachada principal é de grande plasticidade e não tem paralelo na Bahia.
Histórico arquitetônico: 1645 - Segundo o Santuário Mariano, a igreja foi edificada neste ano por Francisco da Costa, dono, na época, da ilha; 1756 - Sofre grande obras, segundo placa existente na fachada, na qual se lê: "Capela Nossa Senhora do Loreto feita de novo pelos IRM. de... da cidade da Bahia. Era de 1756 anos"; 1876 - Nova reforma assinalada em inscrição na fachada: "Re-edificada pelo T. Cel. Fortunato Jr. da Cunha. 1876".
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-IGREJA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE
A ermida situa-se no cume de um espigão que avança para o mar, próximo ao povoado de Ponta de Nossa Senhora, na Ilha dos Frades. A fachada principal da igreja está voltada para a barra da baía, enquanto que no fundo existe um pequeno cemitério. Não existem casas em sua proximidade, mas um pequeno farol construído a poucos metros da capela prejudica sua ambiência. De seu adro se desfruta um notável panorama da Baía de Todos os Santos. O Santuário Mariano (1711) descreve uma imagem de madeira de N. S. da Conceição, com três palmos de altura, que era cópia da existente em Toledo (Esp.) e muitos ornamentos e peças de prata, tudo hoje desaparecido
Edifício de notável mérito arquitetônico. A pequena ermida é constituída de uma pequena nave, capela-mor recoberta de abóbada, e sacristia. No lado esquerdo da igreja existem fundações, que não parecem muito antigas, de um corredor lateral que não chegou a ser executado. A sineira, em arcada aberta no prolongamento da parede lateral da nave, não parece original. A terminação do telhado é do tipo beira-saveira. A parede da capela-mor está cedendo sob o empuxo da abóbada, tendo sido construído recentemente um contraforte para reforço da mesma.
A ermida apresenta uma planta típica das capelas rurais brasileiras mais antigas, nas quais a nave se distingue da capela-mor pela sua maior largura e pé direito. A capela-mor é recoberta por uma abóbada de tijolo, o que é raro, mas que aparece também na igreja de Santo Antônio da Barra. Os bancos e pilares truncados do adro denunciam a existência de um antigo alpendre, ou copiar, elemento utilizado originalmente pelos Franciscanos em seus conventos do Nordeste, de onde passou para as capelas rurais, tendo nelas sobrevivido até o séc. XVIII. A disposição da planta e a presença do copiar permitem identificar esta igreja como da mesma geração das capelas de Escada, N. S. da Ajuda (Cachoeira) e Santo Antônio dos Velasques (Itaparica)
Histórico arquitetônico: Há poucas informações sobre a fundação desta igreja. Frei Agostinho de Santa Maria afirmava em 1711: "Esta casa da Senhora é muito antiga, e assim já não há lembrança, nem consta do tempo em que foi fundada; mas dizem que o fundador se chamava Domingos Rodrigues, e que era sumamente devoto desta Senhora, o qual era o Senhor daquelas terras".
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

- IGREJA DE BOM JESUS DOS PASSOS
Situa-se na povoação de Bom Jesus dos Passos, na Ilha do mesmo nome. A igreja está implantada no meio de uma praça, com sua fachada voltada para as águas da baía e protegida das mesmas por um cais.
Igreja matriz com sacristia lateral à capela-mor e um só corredor lateral. Sua fachada apresenta, igualmente , uma só torre e nicho sobre a porta principal. O interior possui três altares. O da capela-mor parece ser original, enquanto que os existentes no ângulo do arco cruzeiro são recentes. Possui imagem do Senhor dos Passos, executada em madeira por Félix Pereira. O assoalho da galeria das tribunas foi, em data recente, substituído por laje de concreto.
A planta desta igreja é um interessante elo da evolução do partido em "T", formado pela nave, sacristia e consistório (vide igreja da Palma) em direção à igreja, de corredores laterais superpostos por tribunas, que se difundiu no começo do séc. XVIII. Ela apresenta um corredor lateral, embora sub-dividido em vários cômodos, superposto por tribunas. O púlpito que está situado no outro lado da nave tem como acesso uma escadaria externa, como nas primitivas capelas rurais. Também os dois salões superpostos às sacristias, que não parecem originais, tem acesso por escadarias exteriores. A fachada apresenta frontão rococó e torre com terminação tipo bulbo. O interior é pobre e apresenta decoração neo-clásssica
Histórico arquitetônico: 1728 - É dada a licença para a construção; 1766 - É iniciada a construção por André de Carvalho e outros devotos.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
 
 
 
 
:: Avisa Lá Salvador ::