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SÃO LÁZARO

São Lázaro é uma localidade dentro da Federação situada entre o Jardim Apipema, o Calabar e o bairro de Ondina. Habitado por famílias de todas as classes sociais, o bairro respira cultura, seja através das festas, ao padroeiro São Lázaro, a São Roque e a Omolu, ou através do núcleo de filosofia e ciências humanas da Universidade Federal da Bahia que funciona num casarão do século XIX. A principal emissora de televisão do estado, a TV Bahia e o jornal Correio da Bahia estão sediados no bairro e testemunham a comunhão entre a Filosofia, a fé Católica e o Candomblé. A Igreja de São Lázaro, datada do século XVIII é um dos principais templos religiosos da Federação.

 

 
Área
FEDERAÇÃO
 
 
Na Mídia
:: SÃO LÁZARO ONDE A PAZ FAZ MORADA
BAHIA HOJE, 17.05.1994, Cad.1, p.2, Isabela Reis
:: FÉ EM OMOLU MARCA TRADIÇÃO DE SÃO LÁZARO
TRIBUNA DA BAHIA, 06.11.1988, Cidade, p.2
 
Atrativos
IGREJAS E RELIGIOSIDADE

-IGREJA DE SÃO LÁZARO
Situa-se a capela na parte sul da cidade do Salvador, no cume de um espigão próximo ao oceano. Em sua proximidade está situado o "Lazareto", inventariado dentre os monumentos civis, e numerosas construções populares de pequeno porte. O coqueiral de uma das encostas da colina está incorporado ao sistema de áreas verdes de Salvador (GP-2), pelo Decreto Municipal nº 4.551 de 23.11.1974, e pertence à Universidade Federal da Bahia.
Capela do tipo rural, com corredor e tribunas em um só lado. Sua fachada é formada por um frontão clássico, que reproduz as duas águas da cobertura, uma única porta e duas janelas no nível do coro. Uma reforma recente acrescentou um adro e dependências no fundo. A cobertura, pisos e esquadrias foram substituídos por novos em data recente. A capela possui um altar-mor e dois no ângulo do arco cruzeiro.
A planta desta capela, com um só corredor com tribunas superpostas, é uma variante da planta típica de igrejas matrizes e de irmandades do começo do séc. XVIII. A igreja apresenta, tardiamente, uma "fachada-templo" de origem românica, e que foi introduzida no país nos primeiros anos de colonização pelos jesuítas, perdurando até o séc. XVIII nos estabelecimentos rurais. Seu portal de verga reta parece remontar à metade do séc. XVIII. O adro, com coruchéus, é recente.
Histórico arquitetônico: 1734 - A 12 de outubro, registrou-se a escritura do patrimônio, que fazem Jorge Fernandes da Rocha e sua mulher Francisca Xavier proprietários da capela que, de novo se pretende fazer, por invocação de São Lázaro; 1755 - Ordem Régia deste ano afirma: "fundou há tempo a caridade de alguns devotos, uma ermida a São Lázaro"; 1762 - O Governador D. Rorigo José de Menezes, no dia 27 de março, concedeu provisão para construir um pequeno hospital de isolamento junto à capela de S. Lázaro, para recolher os doentes contagiosos que viam da Costa d´África; 1787 - A 27 de agosto transferiu-se o Lazareto para a Quinta do Tanque.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.

-- FESTA DE SÃO LÁZARO
A festa de São Lázaro é celebrada no último domingo do mês de janeiro. Nesta manifestação de origem católica portuguesa é realizada uma missa, tríduo e procissão pelas ruas do bairro em louvor ao santo. É forte a participação do candomblé, que homenageia Omolu com lavagem da escadaria da igreja de São Lázaro, velas acesas e banho de pipoca. A Igreja de São Lázaro guarda também a Sala dos Ex-Votos, a Capela dos Milagres. Nesta sala, os fieis depositam objetos que expressem sua gratidão e fé. Aí são encontradas fotografias, fitas, cartas e roupas, e principalmente, ex-votos feitos de parafina que representem a relação com a cura.

- FESTA DE SÃO ROQUE E OBALUAÊ
A festa de São Roque, que acontece dia 16 de agosto, é uma das tradições compartilhadas nas diversas regiões do Engenho Velho da Federação e Federação. Nesta manifestação de origem católica portuguesa é realizada uma missa, tríduo e solene procissão em louvor ao segundo padroeiro da Igreja de São Lázaro. É forte a participação do candomblé, que homenageia Omolu com lavagem da escadaria da igreja de São Lázaro, velas acesas e banho de pipoca. Conta-se que São Roque nasceu no século XIII na França, em Montpellier, e era filho do governador. Estudou nas melhores escolas da cidade e provavelmente cursou a Faculdade de Medicina. O jovem Roque perde os pais, mas decide, ao invés de administrar os bens e patrimônios da família, seguir as palavras de Jesus. Distribui seus bens e deixa a cidade para deparar-se com a epidemia da peste negra e apresenta-se para ajudar os doentes como o Bom Samaritano. Assim como São Roque, Obaluaê também é homenageado protetor das doenças infecto-contagiosas. Ele não apenas é o curador das doenças, tem também o poder de causá-las. Sua veste é de palha, esconde o segredo da vida e da morte. Reservado, simples, trabalhador e solitário, Obaluaê é o nome usado para o Omolu velho, mais introvertido.

EDUCAÇÃO E PESQUISA

- ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL SALVA DOR
Em 1998, o casal Pedro Ivo e Fabiana Naka, começou a receber, em sua residência, crianças de baixa renda da comunidade de São Lázaro, realizando atividades artístico-pedagógicas com inspiração na Pedagogia Waldorf. O projeto seguiu em frente, recebendo um número maior de pessoas, até se transformar, em 2000, na Associação Salva Dor. A Associação é escola-creche que tem por objetivos principais: ajudar crianças e adolescentes carentes e moradores de São Lázaro no desenvolvimento intelectual, físico, lúdico e artístico; despertar a consciência cidadã, resgatar valores como auto-estima e respeito a valores culturais ligados à origem da formação do povo e melhorar a qualidade de vida da comunidade onde se encontram, através de seu trabalho pedagógico. O espaço da Associação foi projetado por um arquiteto alemão, tem sala de artes e salas de aulas nas quais há murais com imagens, poesias e mensagens. Os brinquedos das crianças são feitos artesanalmente e há um cuidado especial com a alimentação, macrobiótica. A associação publica um informativo mensal chamado “Jornal de São Lázaro”, no qual são divulgados eventos das instituições do bairro, cursos, passeios e festas; temas de interesse da população local são colocados em discussão, há também dicas de culinária e coluna de curiosidades e classificados.

- FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
O casarão, onde hoje funciona a coordenação da Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas da UFBA, é uma construção do século XIX. Ali funcionava o Noviciado das Ursulinas das Mercês. Ainda hoje é possível ver alguns vestígios desta época, como placas e bancos que datam do século retrasado. O espaço foi vendido para ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) em 1950. No prédio do convento foi instalado a Sede do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). Somente em 1974 que a universidade passou a utilizar o espaço. Está localizado em São Lázaro, um dos pontos mais altos da Federação, com uma bela vista para o mar de Ondina, com um clima aprazível e cheio de paz.

- FAPESB
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) foi fundada em 28 de agosto de 2001 com o objetivo de dar apoio a atividades científicas e tecnológicas do Estado. O governo da Bahia, desde 1991, já apontava, com a criação do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CADCT), uma preocupação em estimular a pesquisa local, as produções, a ciência, e o ensino. Em seu segundo ano de existência, a FAPESB se desenvolveu, aprimorando suas áreas administrativas e científicas. Houve um grande número de solicitações por diversos programas, ampliando sua visibilidade na sociedade baiana. Em 2004 a Fundação passa a se apresentar como agência de fomento à pesquisa no Estado da Bahia.

MÍDIA

- TV BAHIA
A emissora TV Bahia começou transmitindo a programação da Rede Manchete, em 10 de março de1985, passando, dois anos depois, à filiação à Rede Globo. A TV encabeça a rede das seis retransmissoras Globo na Bahia. Atualmente, a transmissão é feita para 221 municípios, além de toda a região metropolitana de Salvador. A emissora atuou nas ampliações socioeconômicas e culturais da comunicação televisiva, e ajudou no crescimento do mercado publicitário baiano. A responsabilidade social está presente com as campanhas educativas, como o Minuto do Voluntário e o Projeto Cidadão. A cultura baiana também tem o seu espaço e valor, com inúmeros projetos, festivais, divulgações e apoios realizados.
 
 
 
Curiosidades
- SÃO LÁZARO E OMOLU
Tanto São Lázaro quanto Omolu são ligados à cura de doenças epidêmicas e rituais de limpeza do corpo. São Lázaro é representado como um santo mendigo cheio de feridas. Conta-se que ele vivia no abandono por sua pobreza e doença, obrigando-lhe a mendigar à porta de um rico, insensível à sua pobreza. A morte, no entanto, os iguala, pois no céu as posições se invertem. Assim como São Lázaro, a história de Omolu também passa pelo desamparo. Conta-se que ele foi abandonado no mar por seus pais por causa de seu corpo cheio de feridas. Iemanjá o salva e, com folhas de bananeiras, protege seu corpo, por isso sua representação no candomblé traz roupas de palha, fila (capuz), xaxará e búzios.

- LAZARETO
O nome Lazareto vem dos lázaros – pessoas que tinham hanseníase - vulgarmente chamada de lepra. No alto de São Lázaro, no início do século XVIII, havia um Lazareto, pequena vila, com alguns casebres onde se faziam a triagem, acolhimento e quarentena dos doentes leprosos, principalmente escravos. O local foi escolhido, na época, devido isolamento e distância do grande núcleo da cidade, e possivelmente pela proximidade com a igreja de São Lázaro. No início do século XIX, a pequena Vila foi transformada no hospital pela irmandade de São Lázaro, ganhando um prédio, tendo funcionamento regular até começo do século XX. Depois de desativado, nesta mesma edificação, hoje registrada no Inventário de Proteção ao Acervo Cultural funcionaram: um abrigo de indigentes, um reformatório de menores e uma escola de recrutas da Polícia Militar. No ano de 1966, a Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador (CONDER) ocupou o prédio. Totalmente restaurado, o espaço atualmente é ocupado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FABESB)
 
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